Justiça da Itália mantém Carla Zambelli presa e veta prisão domiciliar

A Justiça italiana manteve a prisão da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) ao rejeitar pedido da defesa para conversão em prisão domiciliar. A decisão, publicada na última sexta-feira (15), foi tomada pelo Tribunal de Apelações de Roma, após audiência realizada 2 dias antes.
Trata-se de mais um desdobramento contrário à deputada bolsonarista, que deve ser extraditada para o Brasil.
A informação foi divulgada, na terça-feira (19), pela AGU (Advocacia-Geral da União). A instituição apresentou documentos e argumentos jurídicos para confirmar a legalidade da prisão cautelar para fins de extradição ao Brasil.
Zambelli foi condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 10 anos de prisão por invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto, que está preso.
Após a decisão, deixou o Brasil e foi localizada em Roma, onde acabou presa em julho, após cooperação entre autoridades brasileiras e italianas.
Zambelli também responde a processo por porte ilegal de arma de fogo por ter perseguido jornalista, em público, com arma em punho, na véspera das eleições de 2022, período em que é manifestamente ilegal portar armas.
Nesse caso, já há maioria no Supremo para condená-la. O julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Nunes Marques, mas foi retomado na última sexta-feira (15). A votação está em 6 a 1.
Em sessão realizada dia 30 de janeiro, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) concluiu o julgamento da Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) contra Zambelli e cassou o diploma de deputada federal, por maioria de votos — 5 a 2. Cabe recurso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A decisão, que também a tornou inelegível por 8 anos a partir do pleito de 2022, reconheceu o uso indevido dos meios de comunicação e a prática de abuso de poder político.
A ação foi proposta pela também deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP), sob a alegação que Zambelli divulgou informações inverídicas sobre o processo eleitoral de 2022.
Fonte: Página 8