Autoridades mexicanas recebem Alckmin e comitiva brasileira. Foto: reprodução/Canal Gov

Em busca da ampliação dos mercados e do estreitamento das relações com os países latino-americanos, uma comitiva de ministros liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, titular do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, cumpre uma série de agendas com autoridades e empresários no México a partir desta quarta-feira (27). O principal compromisso é o encontro com a presidenta Cláudia Sheinbaum, na quinta-feira (28).

A busca por maior aproximação acontece em meio ao tarifaço imposto por Donald Trump que, no caso do Brasil, extrapola as relações comerciais, já que o presidente estadunidense tem chantageado as autoridades brasileiras em relação ao processo contra Jair Bolsonaro e a outros temas, como a regulação das big techs.

“O México é um parceiro importante para o Brasil. A visita é uma oportunidade estratégica para aprofundarmos nosso diálogo político e, principalmente, para abrirmos novas frentes de comércio e investimento que gerarão prosperidade para nossos povos”, diz o vice-presidente.

“Vamos nos reunir com o governo e com o setor privado para destravar oportunidades em áreas como indústria, agronegócio e saúde, fortalecendo a integração produtiva regional”, acrescenta Alckmin, que lidera a missão.

A comitiva brasileira é formada pelos ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha. Também participam os presidentes da ApexBrasil, Jorge Viana; da Conab, Edegar Pretto; da Anvisa, Leandro Safatle; e representantes do Ministério da Saúde, Fiocruz e Instituto Butantan; além de empresários e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Relações e potencial

As relações entre os dois países no âmbito comercial, embora significativas, ainda têm espaço para se desenvolverem mais. E para o México, ampliar os negócios com o Brasil pode ser ainda mais estratégico em meio às instabilidades causadas por Trump. Afinal, atualmente 84% de suas exportações destinam-se aos EUA — no caso do Brasil, o percentual de vendas aos estadunidenses é de apenas 12%.

Hoje, o Brasil vende mais ao México do que compra dele. As exportações brasileiras totalizaram US$ 7,8 bilhões, com destaques para vendas de automóveis de passageiros, carnes de aves e suas miudezas e veículos para transporte de mercadorias.

Já as importações de produtos mexicanos em 2024 totalizaram US$ 5,8 bilhões, com destaques para partes e acessórios de veículos, automóveis de passageiros e automóveis para transporte de mercadorias. O comércio entre ambos, portanto, somou US$ 13,6 bilhões no ano passado.

Um dos focos da visita é a participação do Brasil no Plan México, conjunto de iniciativas anunciadas por Sheibaum no início deste ano com o objetivo de fortalecer a indústria e a competitividade do país.

No âmbito desse plano, o Brasil pode ter boas oportunidades em várias áreas. Segundo a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), estão no foco, sobretudo, os segmentos de tecnologia e inteligência artificial, infraestrutura e os produtos da cesta básica mexicana.

No caso do México, o objetivo é ampliar as vendas de produtos que hoje vão majoritariamente para os EUA, tais como automóveis, veículos de transportes de mercadoria e suas peças e máquinas para processamento de dados, entre outros.

Com agências