Multas a blogueiro bolsonarista por desrespeito ao STF somam R$ 7,3 milhões

O descumprimento sucessivo de determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) por parte do blogueiro Allan dos Santos resultou, até o momento, em multa de R$ 7,3 milhões. Foragido do país, ele segue fazendo postagens nas redes sociais, mesmo com ordem judicial proibindo a prática. O bolsonarista é investigado no inquérito das milícias digitais. O novo valor estabelecido é de R$ 15 mil.
Na decisão mais recente, assinada na segunda-feira (7) e divulgada nesta quinta-feira (10), Moraes menciona postagem feita no começo do mês na qual Santos pede informações aos internautas, em troca de dinheiro, sobre funcionários que atuam com os ministros do STF: “Quero saber quem são, onde trabalharam, se possuem empresas no nome deles, sobretudo no exterior. Pagarei 150 dólares por cada dossiê”, postou.
Conforme apontado por Moraes na decisão, “as condutas do investigado, que insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos, revelam seu completo desprezo pelo Poder Judiciário, comportamento verificado em inúmeras ocasiões durante o trâmite deste procedimento e que justificaram a fixação de multa diária para assegurar o devido cumprimento das decisões desta Corte”.
Para burlar a Justiça, Santos tem criado novos perfis e participado de lives. Nesta quinta-feira (10), o blogueiro aproveitou os ataques de Donald Trump à soberania brasileira e endossou a falsa tese de “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro e seus apoiadores, usada pelo presidente dos EUA para justificar o aumento de 50% nas tarifas de importação de produtos brasileiros. Em uma conta no X, disse que estaria sendo alvo de uma “perseguição sem fim”.
Allan dos Santos teve sua prisão preventiva decretada em 2021, mas segue foragido nos Estados Unidos; um pedido de extradição já foi feito pelas autoridades brasileiras. Santos é investigado no âmbito do inquérito que apura a disseminação de notícias falsas e a atuação de milícia digital bolsonarista voltada a atacar as instituições brasileiras e a democracia.