Bombardeio israelense a Teerã atinge alvos civis | Foto: Majid Asgaripur/WANA

O regime genocida de Israel bombardeou na madrugada desta sexta-feira (13) a capital do Irã, Teerã, e mais 60 locais em oito províncias, atingindo prédios residenciais, instalações nucleares legítimas iranianas, defesas antiaéreas e centros de comando, em flagrante violação à lei internacional, e assassinando líderes militares iranianos, cientistas, mulheres e crianças.

A agência de notícias iraniana Fars informou que pelo menos 78 pessoas morreram e outras 329 ficaram feridas nos ataques israelenses ocorridos nesta sexta-feira (13) só na capital. Os ataques mataram Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, e Gholam Ali Rashid, vice-comandante das forças armadas iranianas.

As principais instalações de infraestrutura nuclear civil iraniana bombardeadas são Natanz, Fordo, Busher, Arak, Isfahan e Teerã. A AIEA diz que não detectou vazamento de radioatividade.

“Hoje, todos nós, o povo, o governo e a liderança do Irã, podemos declarar em alto e bom som e com decisão que os sionistas são terroristas e agressores. Daremos uma resposta dura a este regime terrorista”, reagiu o Irã, convocando o mundo a “testemunhar que não iniciamos esta guerra”.

Ataque ainda mais covarde e pusilânime, por ser realizado a dois dias de uma negociação em Omã entre Teerã e Washington sobre a chamada questão nuclear.

Israel, que sabidamente é um Estado dotado de armas nucleares, o que esconde, e que sempre recusou a proposta árabe de uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio, usa como pretexto para sua agressão o programa nuclear pacífico do Irã e seu direito legítimo, como qualquer membro do Tratado de Não Proliferação, ao enriquecimento de urânio.

Segundo a Diretora Nacional de Inteligência dos EUA, Tulsi Gabbard, em depoimento ao Comitê de Inteligência do Senado em março de 2025, a comunidade de inteligência norte-americana “continua avaliando que o Irã não está construindo uma arma nuclear e que o Líder da Revolução Islâmica, o Aiatolá Seyed Ali Khamenei, não autorizou o programa de armas nucleares que suspendeu em 2003”.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, pediu a convocação de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU e tachou o ataque israelense de “declaração de guerra”.

O chefe da diplomacia iraniana disse, ainda, que o ataque «não teria ocorrido sem a coordenação e o sinal verde dos Estados Unidos. O governo americano, como principal aliado de Israel, é responsável pelas terríveis consequências dessas ações.”

O que foi admitido pelo próprio Trump, que veio a público, por sua rede Truth Social, dizer que havia dado ao Irã “uma chance” de fazer um acordo, mas Teerã “nunca foi capaz de fazê-lo”. Agora, de acordo com o presidente dos EUA, as consequências da rejeição do acordo para o Irã serão “muito piores do que qualquer uma de suas expectativas”. E que Israel “já possui grandes quantidades de armas dos EUA e receberá ainda mais”.

Acrescentou que “o Irã precisa fechar um acordo, antes que não reste nada, e salvar o que antes era conhecido como o Império Iraniano”.

A um repórter da ABC News, Trump classificou o ataque terrorista israelense

de “excelente” e ainda acrescentou que “há mais por vir, muito mais”. Num completo desmentido do que, oficialmente, seu secretário de Estado alegava, de que os EUA “não estavam envolvidos”.

A Rússia condenou “veementemente a ação militar do Estado de Israel, em violação à Carta das Nações Unidas e ao direito internacional, na noite de 13 de junho. Ataques militares não provocados contra um Estado-membro soberano da ONU, seus cidadãos, cidades pacíficas e instalações de infraestrutura de energia nuclear são categoricamente inaceitáveis.”

“Acreditamos firmemente que, independentemente das explicações que aqueles que planejaram, desenvolveram e executaram o ataque ao Irã possam usar, um acordo em torno do programa nuclear iraniano não pode ser resolvido pela força militar e só pode ser alcançado por meios pacíficos, políticos e diplomáticos.”

O vice-presidente turco Cevdet Yılmaz chamou o ataque israelense “em meio a negociações nucleares” de “barbárie que exclui valores humanos e diplomacia”. A agressão israelense também foi condenada pelo Egito e pela Arábia Saudita.

Em sua condenação ao ataque, a Rússia chamou a atenção para a ação dos países ocidentais no conselho de Governadores da AIEA, ao provocarem histeria anti-iraniana e imporem uma resolução punitiva, minando os esforços multilaterais arduamente conquistados para reduzir o confronto e encontrar soluções que eliminassem quaisquer suspeitas e preconceitos sobre a energia nuclear pacífica do Irã. A Rússia instou o Diretor-Geral da AIEA a “fornecer avaliações equilibradas e objetivas do que está acontecendo, incluindo uma análise completa das prováveis consequências radiológicas dos ataques às instalações nucleares no Irã.”

Após o martírio do general Mohamed Hossein Baqeri, Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Iranianas, nos ataques israelenses, o líder da Revolução Islâmica, Aiatolá Seyed Ali Khamenei, nomeou o general Seyed Abdolrahim Mousavi como seu sucessor. Em sua resposta militar inicial, o Irã lançou cerca de 100 drones contra o agressor israelense.

Fonte: Papiro