“Nosso mundo está ferido pela injustiça”, proclama o Papa | Foto: Vatican News

O Papa Leão XIV advertiu na quarta-feira (21), em sua primeira Audiência Geral na Praça São Pedro, que “está cada vez mais preocupante e dolorosa a situação na Faixa de Gaza”, se referindo ao bloqueio total de Israel de 11 semanas à entrada de alimentos e suprimentos, e lançou um “apelo sincero” para que seja consentida a entrada de ajuda humanitária digna e pelo fim das hostilidades, “cujo preço desolador está sendo pago por crianças, idosos e doentes”.

O Papa proclamou, ainda, que “nosso mundo está ferido pela injustiça”, observando que “em um mundo dividido pelo ódio e pela guerra, somos chamados a semear esperança e construir a paz”. Mas, diante das atrocidades testemunhadas, ele lembrou aos mais de 40.000 fiéis ali reunidos que “o apóstolo São Paulo ensina que cada um colherá o que semeou”.

A Audiência Geral foi proferida no momento em que caminhões carregados de ajuda humanitária ainda tinham de esperar na fronteira, como relatou a ONU, apesar de, na véspera, Israel pela primeira vez desde que rompeu o acordo de cessar-fogo, disse que  permitiria a entrada de alimentos. Entre os fatores que atravancam a distribuição está a proibição pelas forças de ocupação e extermínio de Israel da ação da Agência criada pela ONU em 1948 para socorrer os refugiados palestinos, a UNRWA. 

As palavras de Leão XVI fazem lembrar os contínuos apelos do Papa Francisco a que “não parem de rezar pela paz”. Sob os aplausos dos fiéis, ele acrescentou que “não podemos terminar este nosso encontro sem recordar com muita gratidão do nosso amado Papa Francisco, que exatamente há um mês voltou à casa do Pai”.

Para deixar a situação ainda mais insuportável, ao amanhecer da quarta-feira, um ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel (IDF) matou pelo menos 42 pessoas na Faixa de Gaza, mais da metade em Khan Yunis. O número de palestinos mortos em Gaza pela agressão genocida do regime de Netanyahu desde 7 de outubro de 2023 chegou a 53.655, a maioria mulheres e crianças. Pelo menos 121.950 ficaram feridos. Milhares de civis continuam desaparecidos sob os escombros.

Fonte: Papiro