Manifestação em Londres contra o genocídio israelense em Gaza | Foto: Henry Nicholls/AFP

Manifestantes clamam pelo “fim da limpeza étnica” do povo palestino e que o primeiro-ministro, Keir Starmer, desvincule o Reino Unido do Estado sionista

Condenando o “genocídio” contra a população palestina, 600 mil pessoas tomaram as ruas de Londres neste sábado (17) para exigir do primeiro-ministro, Keir Starmer, o “fim da limpeza étnica” e o “rompimento de relações com Israel”.

Como foi amplamente registrado, a multidão marchou pelo centro da cidade levantando faixas e cartazes e entoando palavras de ordem pelo fim da agressão nazisraelense, reivindicando do governo uma posição contundente frente ao morticínio.

Defendendo a paz e a solidariedade entre os povos, os manifestantes se concentraram em Embankment, passaram pelo Big Ben, cruzaram o rio até Waterloo e encerraram o ato em frente à Downing Street.

Muitas pessoas declararam que a informação sobre o genocídio praticado por Israel as tornaram ainda mais determinadas a comparecer ao ato. “As evidências não foram uma surpresa para mim, mas as colocaram diante do mundo inteiro”, disse a manifestante Faiza, professora assistente do oeste de Londres, ao Socialist Worker.

Segundo Faiza, foi algo que “não apenas mostrou que o Estado de Israel é culpado, mas também que aqueles que apoiam Israel nos EUA e na Grã-Bretanha também são culpados pela morte de crianças”. “E posso adicionar Keir Starmer à lista de pessoas que se envergonham, porque ele não apoiou um cessar-fogo. É muito importante que tenhamos comparecido em grande número hoje”, acrescentou.

A manifestante Sam disse não ter ilusões em organismos internacionais como as Nações Unidas ou a Corte Internacional de Justiça (CIJ). “Eu vejo que uma decisão sobre genocídio é importante, mas, para mim, não vejo sentido na ONU ou na CIJ se não fizerem nada. Também me irrita que milhões de pessoas possam ir às ruas e as pessoas no poder simplesmente não ouçam”, assinalou.

Entre outros, fizeram uso da palavra a deputada Apsana Begum, o embaixador palestino Hussam Zumlot e o historiador William Dalrymple.

Organizada pela Campanha de Solidariedade à Palestina, Amigos de Al-Aqsa, Associação Muçulmana da Grã-Bretanha, Parem a Guerra, Fórum Palestino na Grã-Bretanha e inúmeros grupos pela paz, a grandiosa mobilização – a maior desde 2023 -, trouxe gente do País de Gales e de toda a Inglaterra.

Os bombardeios aumentaram indiscriminadamente na semana passada, fazendo com que o número de mortos em Gaza ultrapassasse os 53.000 desde 7 de outubro de 2023.

Na mesma data, ativistas de 45 países dos seis continentes recordaram a “Nakba”, ou a “catástrofe”, materializada na mortandade feita pelas milícias sionistas em 1948 para abrir caminho à criação de Israel, com a expulsão de 80% dos palestinos da sua terra natal. Após mais de um ano de violência implacável, o recém-criado Estado conquistou 78% da Palestina histórica. Os 22% restantes, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, foram ocupados pelos sionistas 19 anos depois e, mantêm seu domínio colonial com apoio político e militar dos Estados Unidos.

Fonte: Papiro