Não foi só “maquiagem de estátua”, diz diretor-geral da PF

O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, afirmou no último sábado (12), que os envolvidos em tramas golpistas após as eleições de 2022 merecem “reprimenda à altura”.
A declaração foi feita durante a participação dele na Brazil Conference, evento organizado por estudantes brasileiros de Harvard e do MIT, em Cambridge, nos Estados Unidos.
Rodrigues destacou que os atos investigados não se tratam de “maquiagem de estátua”, em referência à cabeleireira Debora dos Santos, que pichou, com batom, a estátua “A Justiça”, em frente ao STF.
O bolsonarismo tentou transformá-la em espécie de “mártir injustiçada”, com a falsa e mentirosa propaganda de que pegou 14 anos de cana, porque vandalizou a estátua. Além de ter vandalizado a estátua, ela cometeu outros 4 crimes, incluído a tentativa de golpe de Estado.
A fala do diretor da PF ocorre em meio à pressão de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por projeto de anistia aos presos pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. O que defendem é impunidade.
Universidade de Harvard é uma instituição privada de ensino superior situada na cidade de Cambridge, Estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (em inglês, MIT (Massachusetts Institute of Technology) é uma universidade de pesquisa localizada em Cambridge, Massachusetts.
Na ocasião, manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília — governo (Palácio do Planalto), Legislativo (Congresso Nacional) e Judiciário (Supremo Tribunal Federal).
A PF indiciou Bolsonaro e outros 7 ex-integrantes do governo dele, incluindo nomes como Anderson Torres, Augusto Heleno e Walter Braga Netto, sob a acusação de conspiração para golpe de Estado.
O painel contou ainda com a presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que reforçou a importância de responsabilizar os envolvidos nos atos antidemocráticos.
Dados da PGR indicam que 1.586 pessoas foram denunciadas por crimes relacionados aos ataques de 8 de janeiro, sendo que 487 delas enfrentam acusações mais graves, como tentativa de golpe de Estado. As penas para esses casos podem chegar a 17 anos de prisão.
A maioria dos condenados ― 225 ― teve as ações classificadas como graves. As penas para esses réus variam de 3 anos a 17 anos e 6 meses de prisão.
Os crimes pelos quais foram condenados são 5:
• tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito;
• golpe de Estado;
• dano qualificado;
• associação criminosa; e
• deterioração de patrimônio público.
Outras 146 pessoas foram condenadas por incitação e associação criminosa, considerados crimes simples.
Essas pessoas não foram presas, mas devem usar tornozeleira eletrônica por 1 ano, pagar multa, prestar 225 horas de serviços à comunidade e participar de curso presencial sobre democracia.
Além disso, estão proibidas de usar redes sociais nesse período e de viajar, mesmo dentro do Brasil, sem autorização judicial. Ainda de acordo com o relatório do STF, 5 pessoas foram absolvidas das acusações.
Fonte: Página 8