Ministério resgata 91 trabalhadores de trabalho análogo na Bahia

Trabalhadores em condições análogas à escravidão foram resgatados em Jacobina (BA), em operação do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) realizada entre os dias 9 e 16 de abril.
De acordo com os auditores-fiscais do ministério e a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), 91 trabalhadores foram resgatados. Eles foram encontrados exercendo a função de quebradores de pedra do tipo “arenito”, em atividade “extremamente penosa e extenuante, marcada por esforço físico intenso, repetitivo e contínuo”.
Nenhum deles era registrado e todos eram submetidos a um sistema de trabalho exclusivamente por produção. Eles recebiam pelo que produziam, sem quaisquer outras garantias, como 13º salário, férias, descanso remunerado, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outros.
Segundo os órgãos, os trabalhadores operavam com ferramentas manuais pesadas, como marretas, picaretas e ponteiros que os expunham a risco elevado de acidentes, além de ambiente insalubre, a céu aberto, expostos diretamente ao sol escaldante, vento e chuva, sem qualquer estrutura mínima de proteção, higiene ou conforto.
A comida era feita pelos próprios operários em cabanas de pedra e lona improvisadas por eles, mesmo local onde guardavam as ferramentas e se alimentavam, no solo ou sobre pedras.
Nesses mesmos abrigos improvisados, muitos trabalhadores também pernoitavam em colchões no chão, por falta de recurso para transporte ou num esforço para aumentar as horas de trabalho e a renda. Além disso, no local não havia banheiros e nem era fornecida água potável aos trabalhadores.
Os fiscais informaram ainda que não havia no local nenhum resguardo e que eles trabalhavam de chinelo ou botas furadas, sem óculos de proteção e protetores auriculares para diminuir o ruído intenso da atividade.
Nem mesmo kits de primeiros socorros foram encontrados no local, e muitos trabalhadores se apresentavam com cicatrizes, machucados e com hematomas.
Fonte: Página 8