Espanha cancela compra de armas israelenses

Depois de intensa pressão popular, que levou a discussões dentro do governo, uma compra de munição israelense por parte da Espanha, no valor de 6,6 milhões de euros (43 milhões de reais) foi cancelada.
Na decisão, pesou a declaração da vice-ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, de que renunciaria se mantida a aquisição, por se recusar “a fazer parte de um governo que negocia com um Estado que pratica genocídio”
O governo israelense acusou o golpe dizendo que é o governo espanhol e não o regime genocida israelense o que estaria “do lado errado da história”.
A Espanha já reconheceu oficialmente o Estado da Palestina e tem sido um dos governos europeus mais críticos ao morticínio israelense contra os palestinos desde outubro de 2023 na Faixa de Gaza.
O contrato era entre uma empresa denominada Guardian Defense & Homeland Security AS, com sede na Espanha e de propriedade de israelenses que já detiveram cargos no Sistema israelense de espionagem. O presidente é um general israelense da reserva, Yom-Tov Samia.
O contrato especificava que a Guardian Defense supriria diversas polícias civis com 21 milhões de balas de 9 mm. As balas são de fabricação da IMI, subsidiária da maior das empresas de armamentos israelenses, a Elbit Systems.
O Ministério da Defesa da Espanha já havia anunciado que embargaria todos os novos negócios de armas com empresas de Israel e também o embarque de armas em direção a Israel.
Em um movimento neste sentido, a Espanha já havia proibido, em maio de 2024, a entrada do navio Marianne Danica, no porto de Cartagena, depois de denúncias de que levaria explosivos da Índia para Israel.
Apesar dos compromissos assumidos pelo governo espanhol, o Ministério do Interior resistiu à suspensão do contrato alegando que isso traria prejuízos financeiros ao país.
Foi aí que o partido Sumar, através da vice-ministra do Trabalho Yolanda Díaz, ameaçou deixar o governo de coalizão comandado pelo primeiro-ministro Pedro Sanchez.
“Nos negamos a integrar um governo que tem negócios com um Estado que comete genocídio”, disse Yolanda em declaração pública. Após esta declaração, Pedro Sanchez, ao lado de Yolanda, anunciaram, conjuntamente, o fim do contrato.
Fonte: Papiro