Com cartazes de Perón e Evita, trabalhadores argentinos protestam: “Basta de fechamento de fábricas” | Foto: PolArg

“Temos uma repressão à indústria, à produção, às pequenas e médias empresas. Para deixar claro: o governo Milei tem uma política de Estado dedicada a destruir a indústria e o mercado interno”, afirmou o secretário da Assembleia de Pequenas e Médias Empresas da Argentina (Apyme), Juan José Sisca.

De forma enfática, o dirigente empresarial alertou que em apenas uma semana, “todos os insumos usados ​​na produção e que são dolarizados aumentaram quase 12%”, isso em um contexto em que a indústria e a produção já se encontravam reprimidas.

Segundo Sisca, apesar do presidente Javier Milei ter comemorado com grande alarde o fim dos controles cambiais, usando metáforas estranhas para evitar falar em desvalorização e que ela traria o fim da inflação, “a realidade é completamente diferente” do propalado.

“São insumos industriais. Na sexta-feira, estavam em 1.080 pesos e hoje estão em 1.230 pesos. Isso tem a ver com a taxa de câmbio oficial do dólar. A maioria dos insumos é monopolizada por uma única empresa: alumínio, chapas metálicas, ferro. Todos eles aumentaram 12%”, explicou.

Desta forma, assinalou Sisca, embora Milei declare que não houve tal desvalorização, a expectativa é que os preços dos produtos subam em linha com a alta do dólar, pois “isso já está acontecendo e sendo repassado aos preços”.

Além disso, apontou o líder empresarial, temos o agravante de que há um contexto em que outras barreiras aparecem no caminho recessivo: “Nada está vendendo, a realidade é que temos os menores ganhos possíveis e as coisas estão piorando cada vez mais”.

“É por isso que todas as medidas que eles estão tomando, como a abertura das importações, todas as medidas, tudo isso, visam destruir o mercado interno, que é o mercado atendido pelas pequenas e médias empresas”, concluiu.

Fonte: Papiro