Em fevereiro, produção industrial recua em 7 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE

A produção industrial brasileira recuou em 7 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês de fevereiro em relação a janeiro, período que o setor registrou queda de -0,1%. Foram cinco meses seguidos de queda na produção, com perda de 1,3% desde outubro de 2024. A última vez que isso ocorreu foi entre fevereiro e julho de 2015, quando a perda acumulada foi de 6,7%.
Bahia (-2,6%) assinalou o recuo mais acentuado e interrompeu dois meses consecutivos de taxas positivas, período em que acumulou ganho de 5,2%. Ceará (-1,0%), São Paulo (-0,8%), Santa Catarina (-0,6%), Mato Grosso (-0,6%), Rio de Janeiro (-0,3%) e Minas Gerais (-0,2%) completaram o conjunto de locais com índices negativos em fevereiro de 2025.
O recuo de São Paulo, maior parque industrial do país, “ocorre após alta de 1,8% observada em janeiro de 2025. Em fevereiro, as principais influências foram os setores de derivados de petróleo, produtos químicos, de bebidas e o setor de celulose, papel e produtos de papel. O que podemos observar é que a indústria paulista apresenta um comportamento bem oscilante quando observamos os últimos meses, demonstrando perda de ritmo e intensidade na produção, assim como a indústria como um todo, apesar de ter seus avanços no período”, avalia Bernardo Almeida, analista da pesquisa do IBGE.
São Paulo representa quase um terço (32,9%) do parque industrial nacional, seguido pelo Rio de Janeiro (18,9%) e Minas Gerais (10,5%). Os dados constam da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), divulgada nesta terça-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Bernardo Almeida destaca a perda de intensidade na produção industrial, influenciada pelo arrocho monetário imposto pelas altas taxas de juros pelo Banco Central.
“De forma geral, há uma perda de intensidade na produção industrial, influenciada por uma política monetária contracionista, com aumento dos juros, com o objetivo de combater a inflação. Isso acaba estreitando mais as linhas de crédito, reduzindo os investimentos e fazendo com que as tomadas de decisão na produção sejam mais cautelosas. Pelo lado da demanda, esse cenário também impacta de forma negativa o consumo das famílias”, ressaltou Bernardo Almeida.
Pelo lado da expansão, Pernambuco com 6,5% foi a mais elevada do mês e eliminou parte da queda de 25,1% verificada em janeiro de 2025. Paraná (2,0%), Pará (1,6%), Espírito Santo (1,1%), Amazonas (0,9%), Região Nordeste (0,5%), Rio Grande do Sul (0,5%) e Goiás (0,2%) completam a lista dos locais com resultados positivos.
Na comparação com fevereiro de 2024, a indústria nacional subiu 1,5% em fevereiro de 2025, com cinco dos dezoito locais pesquisados apontando resultados positivos. Nesse mês, Santa Catarina (6,0%), Paraná (5,5%) e Pará (5,1%) assinalaram os avanços mais intensos.
Fonte: Página 8