Bolsonaro prega submissão aos EUA e apoia tarifas de Trump contra os brasileiros

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou, na quarta-feira (2), apoio ao “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em mensagem no X, horas antes do anúncio das novas tarifas do governo estadunidense, no chamado “Dia da Libertação”.
Em clara manifestação de subserviência, Bolsonaro, que é aliado de Trump, aproveitou o tema para criticar o governo do presidente Lula (PT).
“Eventual guerra comercial com os EUA não é uma estratégia inteligente e que preserva os interesses do povo brasileiro”, escreveu Bolsonaro no X. “A única resposta razoável à tarifação recíproca dos EUA é o governo Lula extinguir a ‘mentalidade socialista’, que impõe grandes tarifas aos produtos americanos, inviabilizando o povo brasileiro de ter acesso a produtos de qualidade mais baratos.”
Bolsonaro prosseguiu no servilismo: Trump “está apenas protegendo o seu país deste vírus socialista” e que “dobrar a aposta e escalar a crise”, com o segundo maior parceiro comercial do Brasil “não é uma resposta sábia”, escreveu.
O governo Lula tem apostado em negociações, mas os resultados ainda são incertos. Na terça-feira (1º), o Senado aprovou por unanimidade o chamado PL da Reciprocidade – PL 2.088/23 -, que autoriza o governo brasileiro a impor medidas comerciais contra países que determinem barreiras aos produtos do Brasil no mercado global, como a dos EUA. Nesta quarta-feira (2), a Câmara também aprovou o PL por maioria.
Bolsonaro escreveu ainda que, em 2019, quando estava na Presidência, teve sucesso ao negociar com o homólogo estadunidense, no momento em que os EUA impunham tarifas sobre o aço.
Segundo o ex-presidente, as taxações não foram aplicadas ao produto brasileiro “graças ao diálogo” com Trump e às “relações diplomáticas sólidas” construídas em sua gestão.
Bolsonaro não desenvolveu, com nenhum país, “relações diplomáticas sólidas”. Trata-se de bolsonarice do ex-presidente. Na gestão dele, por série de motivos, o Brasil foi considerado país pária. Nos poucos encontros em que o ex-presidente participou deu vexame e ficou isolado. As relações diplomáticas do Brasil “andaram para trás”.
Fonte: Página 8