AGU pede à PF para monitorar deputado que quer “Lula morto”

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República (PGR) que tomem medidas, como uma investigação criminal, contra o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) por ter falado que quer “que o Lula morra” e “vá para os quintos dos infernos”.
A AGU apontou que Gilvan cometeu os crimes de incitação ao crime e ameaça.
Gilvan da Federal, durante uma sessão da Comissão de Segurança da Câmara, defendeu a morte de Lula e o projeto que veta o uso de armas de fogo pela segurança presidencial, admitindo que essa é uma forma de tornar mais fácil o assassinato do presidente.
“Eu quero mais que o Lula morra! Quero que ele vá para o quinto dos infernos, é um direito meu. Não vou dizer que eu vou matar o cara, mas eu quero que ele morra, que vá para o quinto dos infernos”, declarou o bolsonarista envolto por uma bandeira do Brasil.
“Nem o diabo quer o Lula, por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer. Tomara que ele tenha uma taquicardia! Porque nem o diabo quer a desgraça desse presidente que está afundando o país. Quero mais que ele morra mesmo”, completou.
A Comissão de Segurança aprovou, na terça-feira (8), o projeto de lei (PL) do qual Gilvan é relator. O texto é de autoria de Paulo Bilynskyj, deputado que já exaltou a participação de seu avô no exército nazista de Adolf Hitler. O PL ainda precisa passar pelo plenário da Câmara.
Gilvan admitiu que o projeto busca facilitar tentativas de assassinato contra Lula. “Eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele ande com seus seguranças desarmados”.
Paulo Bilynskyj argumenta no texto que a segurança presidencial deve seguir a ideologia do presidente e, como Lula é contra armar a população, deveria ser escoltado sem armas.
No debate, Gilvan disse que não existem provas de que o grupo de Jair Bolsonaro planejou assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. No entanto, a Polícia Federal, PGR e o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhecem que foram colhidos materiais que comprovam o planejamento.
O general Mário Fernandes produziu, imprimiu e levou até Jair Bolsonaro o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que descrevia as medidas necessárias para os assassinatos.
Depois, outros militares ligados ao ex-presidente combinaram com o então ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, que precisavam de R$ 100 mil para executar o plano. O dinheiro foi entregue ao grupo pelo ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Há ainda provas de que os militares das Forças Especiais compraram celulares e chips para conseguir se comunicar e fraudaram suas identidades em aplicativos de mensagens. Eles foram a campo para executar o plano, que acabou abortado na última hora.
Fonte: Página 8