Israel mantém presos 11 brasileiros-palestinos sem acusação e sem julgamentos, afirma governo Lula

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que Israel viola o Direito Internacional Humanitário ao manter presos 11 brasileiros que moravam na Palestina sem que eles tenham sido acusados ou julgados.
“Onze brasileiros residentes no Estado da Palestina seguem presos em Israel, a maioria dos quais sem terem sido formalmente acusados ou julgados, em clara violação ao Direito Internacional Humanitário”, disse o Itamaraty em nota.
O Ministério falou ter recebido com “profunda consternação” a informação de que o brasileiro Walid Khalid Abdallah Ahmad, de 17 anos, morreu dentro da prisão israelense de Megido.
“As circunstâncias e a data exata do óbito ainda não foram esclarecidas”, continuou o Itamaraty.
“O governo brasileiro solidariza-se com os familiares e amigos do nacional e transmite sinceras condolências, ao tempo em que continuará a exigir do governo de Israel as explicações necessárias acerca da morte do menor”.
O corpo consular do Brasil na Palestina está auxiliando a família a, entre outras coisas, resgatar o corpo de Walid para que seja realizado o funeral.
“Em linha com suas obrigações internacionais, o governo israelense deve conduzir investigação célere e independente acerca das causas do falecimento, bem como dar publicidade às suas conclusões”.
A prisão de Megido foi denunciada pelo jornal israelense Haaretz por ser um local onde os israelenses praticam torturas contra os palestinos.
O Centro Israelense de Informações para Direitos Humanos nos Territórios Ocupados B’Tselem colheu o depoimentos de 55 palestinos que confirmam torturas que vão desde agressões até negligência médica e privação de alimentos.
A suspeita é de que Walid Khalid morreu por negligência médica, uma vez que, segundo a Comissão de Assuntos de Prisioneiros e Detentos Palestinos, da Autoridade Palestina, o jovem tinha sarna e desinteria amebiana.
Ele foi preso em 30 de setembro de 2024 por, supostamente, ter agredido soldados israelenses na Cisjordânia ocupada. Inicialmente esteve detido em Huwwara, mas depois foi levado para Megido.
Fonte: Página 8