Usina de Angra 2 | Foto: Divulgação/Eletronuclear

Na última semana, a Eletronuclear anunciou que irá implementar um “plano de desligamento complementar” (PDC) para cerca de 90 empregados. A medida afetará os funcionários mais experientes da empresa. 

A decisão vem depois do fracasso do plano de “demissão voluntária” (PDV), que tinha como objetivo a dispensa de 485 trabalhadores que já estavam aposentados ou elegíveis à aposentadoria. O plano, no entanto, teve a adesão de apenas 133 funcionários, o que representa menos de 30% do total que pretendia alcançar. Assim, as demissões complementares irão atingir aqueles que não aderiram “voluntariamente”. 

Conforme reportagem da Petronotícias, um funcionário, que pediu para não ser identificado, relatou frustração entre os empregados com o novo anúncio. “Esse foi o ‘presente’ de final de semana que nós recebemos da diretoria. É mais uma ‘bomba’ em nossa cabeça. A saúde mental dos trabalhadores está cada vez mais abalada”, desabafou.

Segundo as informações do portal, que teve acesso a uma carta enviada pela diretoria aos empregados da estatal, o documento confirma que a empresa vai implementar o PDC e que ele será de “caráter compulsório”.

O anúncio gerou frustração entre os funcionários e lideranças sindicais, que já estavam desesperançosos após uma audiência realizada recentemente no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Durante a audiência no TRT, a empresa propôs um “acordo” que abria a possibilidade para demissões em massa e previa uma revisão de Instruções Normativas (IN) que contém direitos e salários indiretos que correspondem a até 30% da remuneração dos funcionários. As propostas foram rejeitadas veementemente pelos sindicatos e entidades representativas dos empregados. 

Para a AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobrás), “a manifestação realizada por trabalhadores da companhia no Centro do Rio de Janeiro, no início desta semana, mostra o tamanho do grau de insatisfação do corpo técnico da estatal com os seus chefes. É mais um retrato do pleno confronto vivido na empresa entre comandantes e comandados, desencadeado por um polêmico plano de austeridade”.

Fonte: Página 8