Palestinos comemoram a libertação, enquanto militantes do Hamas entregam israelenses presos | Foto: AFP

O Movimento de Resistência Islâmica Hamas libertou neste sábado (8) mais três reféns israelenses detidos há 491 dias, em troca dos 183 palestinos feitos prisioneiros pela ocupação sionista e submetidos às mais cruéis barbáries. Conforme o acordo de cessar-fogo assinado em janeiro no Catar, a prioridade será a libertação de mulheres, crianças, idosos e doentes, para dar atenção à saúde e combater as condições degradantes a que foram submetidos.

Enquanto isso, Eli Sharabi, Ohad Ben Ami e Or Levy integram o quinto grupo de israelenses capturados pela resistência palestina na ação de 7 de outubro de 2023 com o objetivo de denunciar o terrorismo de Estado praticado pelo governo de Benjamin Netanyahu. Com o apoio político, financeiro e militar estadunidense, o último período da agressão sionista já assassinou mais de 46 mil palestinos – na maioria mulheres e crianças – e feriu outros 110 mil, deixando milhares mutilados.

Recém-libertos, Ben Ami e Sharabi haviam sido feitos reféns em suas casas no Kibutz Be’eri. A esposa de Ben Ami, Raz, também foi levada e libertada já no primeiro acordo de reféns em novembro de 2023, enquanto a esposa de Sharabi, Lianne, e as filhas Noya e Yahel morreram no Kibutz durante a confrontação de 7 de outubro. Levy foi retirado do festival Nova, onde sua esposa Einav faleceu.

Parentes dos três israelenses comemoraram sua transferência pela Cruz Vermelha em Deir al-Balah. No centro de Gaza, Sharabi, Ben Ami e Levy desfilaram no palco da cidade antes de seu regresso, escoltados por homens armados do Hamas, que comprovaram em fotos, filmagens e ao microfone sua presença frente à multidão.

Entre os 183 palestinos libertos estavam 111 habitantes de Gaza após outubro de 2023, 18 cumprindo prisão perpétua e 54 cumprindo penas longas. Assim que seus ônibus chegaram a Ramallah na Cisjordância, milhares de palestinos receberam em festa a resistência palestina, sublinhando o destacado papel cumprido contra a ocupação sionista.

“Os prisioneiros palestinos que foram soltos e chegam ao Hospital Europeu da Faixa de Gaza sofrem os efeitos da tortura nos cárceres e estão sendo submetidos a exames médicos urgentes”, informou a assessoria de Imprensa dos Presos.

O Crescente Vermelho informou que, da mesma forma que em Gaza, uma multidão foi recebida com cânticos e o sinal da vitória em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, quando os prisioneiros também denunciaram os abusos e os maus tratos sionistas.

O primeiro-ministro Netanyahu, que ainda se encontra em Washington, emitiu um comunicado confirmando a libertação dos três israelenses, mas desconhecendo a política de devastação e bombardeio a residências, escolas e hospitais que transformou Gaza em escombros. Cinicamente, Netanyahu disse que os três israelenses libertos não se viam em condições saudáveis quando foram entregues e que iria instruir suas tropas a tomar as “ações apropriadas” diante das “cenas chocantes que testemunhamos hoje”.

Fonte: Papiro