Foto: Alejandro Pagni/AFP

Grupo de deputados do PL (Partido Liberal), com apoio de parte do Centrão, se empenha em tentar viabilizar o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao cenário político. Ele está inelegível até 2030.

Apesar da inelegibilidade, por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a articulação para a volta do ex-presidente golpista se acelera com a tentativa de alterar a Lei da Ficha Limpa, no Congresso Nacional.

Bolsonaro foi condenado pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, em razão de declarações em que levantou suspeitas, sem provas, sobre a lisura das urnas eleitorais durante evento oficial — ato que o desqualificou para concorrer até o início da próxima década.

Esse episódio fez com que a Lei da Ficha Limpa fosse aplicada, impedindo a candidatura dele por período de 8 anos.

Deputados aliados de Bolsonaro estão a propor revisão na legislação, com o intuito de reduzir o tempo de inelegibilidade de 8 para 2 anos. Para que essa proposta tenha efeito nas eleições de 2026, é necessário que o Congresso aprove a mudança até outubro deste ano.

Trata-se do PLP (Projeto de Lei Complementar) 141/23, do deputado Bibo Nunes (PL-RS), cujo relator na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) é outro bolsonarista, o deputado Filipe Barros (PL-PR).

O cenário está longe de ser certo. Enquanto a possibilidade de retorno de Bolsonaro continua em discussão, outras figuras políticas já começam a se articular para ocupar o espaço deixado caso o ex-presidente não consiga reverter essa situação.

Entre os nomes cogitados estão o cantor sertanejo Gusttavo Lima, Pablo Marçal e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), entre outros.

Além disso, Jair Bolsonaro ainda não descarta a possibilidade de o filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou a mulher, Michelle Bolsonaro, entrar na disputa, caso ele não consiga reverter a inelegibilidade.

Bolsonaro está inelegível por decisão do TSE. Mas virão, inevitavelmente, outras condenações contra o ex-presidente. O Congresso Nacional não poderá virar as costas contra as robustas evidências que pairam sobre o ex-chefe do Executivo.

Fonte: Página 8