Destroços são vistos sobre o rio Potomac após acidente aéreo próximo à Casa Branca | Foto: Andrew Caballero Reynolds/AFP

Helicóptero militar dos EUA, com 3 tripulantes, se choca em Washington na noite de quarta-feira com avião da American Airlines com 64 pessoas a bordo, prestes a aterrissar. 28 corpos já foram resgatados do rio Potomac.

Equipes de buscas no rio Potomac já recuperaram 28 corpos da colisão sobre Washington de um avião da American Airlines, que se preparava para pousar no aeroporto Ronald Reagan, com um helicóptero militar que fazia treinamento, e transportando, respectivamente, 64 pessoas e 3 militares a bordo, na noite de quarta-feira.

“Não acreditamos que haja sobreviventes”, disse o chefe dos bombeiros de Washington, John Donnelly, em uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (30), anunciando que a operação passava do resgate para a recuperação de corpos.

Cerca de 300 socorristas estavam no local na manhã de quinta-feira. Barcos infláveis vasculhavam o rio e os socorristas montaram torres de iluminação ao longo da costa para iluminar a área. Helicópteros de agências de aplicação da lei em toda a região também estavam sendo usados na busca metódica por corpos.

Os bombeiros disseram que as condições no local eram “extremamente difíceis”, devido ao frio e ventos intensos. A temperatura em Washington na madrugada desta quinta-feira estava na casa dos 4°C — havia placas de gelo no rio. No início da manhã, uma das caixas-pretas foi recuperada.

A colisão aconteceu por volta das 21h, pelo horário local — 23h pelo horário de Brasília, quando o avião Bombardier CRJ-701 estava a poucos metros da pista, momentos antes de pousar. A visibilidade era boa no momento do acidente.

A colisão ocorreu em um dos espaços aéreos mais rigidamente controlados e monitorados do mundo, a pouco mais de 5 quilômetros ao sul da Casa Branca e do Capitólio dos EUA.

O helicóptero militar era um Black Hawk, frequentemente visto em filmes de Holywood exaltando alguma agressão norte-americana em terra alheia.

Em uma primeira reação ao desastre aéreo, o presidente Donald Trump questionou porque o helicóptero “não subiu nem desceu” e também a orientação prestada pelos controladores de voo.

Estes, poucos minutos antes de o jato pousar, perguntaram ao voo 5342 da American Airlines se ele poderia fazê-lo em uma pista mais curta, obtendo a concordância dos pilotos e com os controladores liberando o jato para pousar. Locais de rastreamento de voo mostraram que o avião ajustou sua aproximação à nova pista.

Menos de 30 segundos antes do acidente, um controlador de tráfego aéreo perguntou ao helicóptero se ele tinha visto que o avião se aproximava da pista. Momentos depois, ele reitera em outra chamada de rádio “PAT 25 passa atrás do CRJ”. Aparentemente, uma instrução para o helicóptero para esperar o jato passar. Não houve resposta.

Segundos depois, a colisão. O transpônder de rádio do avião parou de transmitir a cerca de 2.400 pés (732 metros) da pista, aproximadamente no meio do Potomac.

O secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, disse em uma coletiva de imprensa que a noite estava clara e que, antes da colisão, as rotas de voo do avião e do helicóptero “não eram incomuns para o que acontece no espaço aéreo de DC”.

“Tudo estava padrão no período que antecedeu o acidente”, disse Duffy, recusando-se a especular sobre onde as coisas deram tão tragicamente errado. Caso não sejam encontrados sobreviventes, o acidente aéreo será o mais letal em 24 anos nos EUA.

“Isso não era incomum com uma aeronave militar voando no rio e uma aeronave pousando no DCA”, ele acrescentou.

Segundo o portal Axios, o que ainda não está claro é por que a aeronave militar não se desviou de seu caminho e colidiu com o jato ao fazer sua descida final.

Os passageiros do voo 5342 incluíam patinadores artísticos que retornavam do Campeonato de Patinação Artística dos EUA de 2025 em Wichita e dois de seus treinadores russos, Evgenia Shishkova e Vadim Naumov.

Outros cidadãos russos, além de Shishkova e Naumov, também estavam no avião, de acordo com o Kremlin. Treinadores, patinadores e outros estiveram nos campeonatos, que terminaram no domingo, e em um acampamento de desenvolvimento.

“Estamos devastados por esta tragédia indescritível e mantemos as famílias das vítimas em nossos corações”, disse a Patinação Artística dos EUA em um comunicado.

Fonte: Papiro