Presidente sírio, Bashar Al Assad | Foto: Presidência Síria

“A Síria vai derrotar e destruir os bandos terroristas. Continua a defender sua estabilidade e integridade territorial diante de todos os tipos de terroristas”, afirmou o presidente sírio, Bashar Al Assad, neste sábado (1), em conversa telefônica com o presidente dos Emirados Árabes, sheikh Mohammed bin Zayed.

Assad acrescentou que a Síria é “capaz, ainda mais com a ajuda de seus aliados e amigos, de eliminá-los não importa o apoio e a intensidade dos seus ataques”.

As declarações do presidente sírio foram proferidas depois que o bando terrorista Hayat Tahrir-al-Sham (Frente de Libertação da Síria – HTS, sigla em árabe) – derivativo do famigerado Jabhat al-Nusra – e uma variedade de milícias de mercenários atacaram posições no território sírio (partindo de uma pequena parte da província de Idlib, no norte da Síria, onde permaneceram acantonados desde a pacificação do conjunto da Síria sob a liderança de Bashar Al Assad, em 2020), invadiram algumas aldeias e entraram na vizinha cidade de Alepo, de onde foram expulsos depois de acirrados combates em 2016.

Em suas declarações deste sábado, o Comando Geral do Exército da Síria retirou suas forças de Alepo e está se reagrupando e preparando a contra-ofensiva a partir da histórica cidade de Hama, 80 quilômetros ao sul de Alepo.

Também informa que o governo russo declarou imediato apoio à Síria em sua luta por soberania e integridade territorial e que sua aviação militar está bombardeando posições dos terroristas, tendo já eliminado 600 deles.

O ministro do Exterior do Irã, Abbas Araghchi, declarou em conversa telefônica com o seu colega russo, Sergei Lavrov que “a ressurgência do terrorismo herege no norte da Síria é parte de projeto americano-israelense que busca espalhar a insegurança na região do Oriente Médio”.

“A comunidade internacional tem a responsabilidade de combater este maligno espantalho do terrorismo”, acrescentou Araghchi.

Ele prosseguiu, destacando que “o Irã, a Rússia e todos os países da região, em especial os que fazem fronteira com a Síria devem se manter vigilantes e melhorar sua coordenação para aplastar este perigoso complô e se contraporem às medidas dos terroristas na Síria”.

Na mesma conversa, Lavrov informou a Araghchi da situação no terreno e sobre os combates em curso, assim como dos demais acontecimentos na Síria e aproveitou para conclamar a todos os que defendem a soberania e a integridade territorial da Síria a “coordenar seus esforços em medidas de combate ao terrorismo”.

“Neste sentido urge manter consultas mais próximas e constantes entre Teerã e Moscou”, acrescentou Lavrov.

A tentativa armada de derrubar o governo legítimo de Bashar Al Assad teve início em 2011 e só foi totalmente derrotada em 2020, tendo elementos dos bandos terroristas da época bancados pelos Estados Unidos permanecido alojados em algumas franjas fronteiriças do país ao norte e ao sul, inclusive com a presença militar ostensiva de forças norte-americanas que controlam áreas ricas em petróçeo que assaltam diariamente.

A luta para vencer os ataques dos bandos terroristas, incluindo aqueles que se filmavam degolando cabeças ou comendo o fígado dos prisioneiros, teve apoio decisivo de combatentes libaneses, iranianos e de militares russos. A barbárie filmada pelos terroristas causou tanto desgaste que alguns dos bandos tiveram que mudar de nome, a exemplo do Al Nusra, para o Hayat Tahrir Al Shams.

Inconformado com a vitória do resiliente governo de Bashar Al Assad, o regime de Israel anexou as terras sírias do Golã, às quais, em um acesso de puxa-saquismo explícito chamou de “Altos Donald Trump” e manteve bombardeios constantes ao território sírio, em alguns deles atacando embaixada e consulados do Irã.

Também aponta para um complô americano-israelense, como imediatamente afirmou o ministro iraniano, o fato do ataque a Alepo, a segundo maior cidade síria, ocorrer dias depois de Israel ser obrigada ao cessar-fogo e pouco após a ordem de prisão do TPI contra Netanyahu e Gallant.

Fonte: Papiro