Proposta pelo Brasil, 1ª Cúpula da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza será no Catar
A primeira Cúpula da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta pelo governo Lula e criada na mais recente reunião do G20, acontecerá no Catar durante a Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Social da ONU, prevista para ocorrer de 4 a 6 de novembro de 2025.
O assunto foi tratado durante reunião ocorrida neste sábado (7), na capital do país árabe, entre o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e o diretor-executivo do Comitê Permanente para Organização de Conferências (PCOC) do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Mubarak Al Kuwari.
O titular do MDS propôs, no encontro, que junto à Cúpula Social, seja realizada a primeira Cúpula da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. “Ela vai acontecer exatamente um ano após a criação da Aliança e tem poder para atrair líderes de todos os países, assim como a Aliança também envolve várias nações interessadas neste tema. Será um momento de grande importância para o mundo”, afirmou Dias.
Além disso, o ministro salientou que “a Aliança Global retoma o foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e faz com que cada país, de forma soberana, aplique políticas públicas de combate à fome. É por meio dela que os países mais desenvolvidos também podem ajudar os mais pobres, tanto com conhecimento quanto com ajuda financeira”.
Na avaliação de Mubarak Al Kuwari, a Aliança Global é uma iniciativa “muito importante e fazemos questão de participar”. Ele acrescentou que a expectativa é “trabalhar junto com o Brasil para discutir vários assuntos, especialmente a fome e a pobreza. Ficamos impressionados com a dedicação do Brasil nesse tema. Vamos trabalhar conjuntamente e fazer a primeira Cúpula da Aliança Global, juntos, aqui em Doha”.
Fórum de Doha 2024
As tratativas entre Dias e Al Kuwari ocorreram no âmbito do Fórum de Doha 2024, estabelecido em 2000 como uma plataforma global de diálogo que reúne líderes políticos, formuladores de políticas, representantes do setor privado, organizações da sociedade civil e ONGs.
Neste ano, o evento teve como foco a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa brasileira que busca abordar as causas profundas desses problemas por meio de uma ação coordenada globalmente.
Em painel realizado no Fórum de Doha neste sábado (7), Wellignton Dias tratou da experiência brasileira no combate à fome e à pobreza sob o governo Lula.
Ele lembrou que as políticas públicas implementadas no Brasil vêm surtindo efeito, com a redução de 23% da insegurança alimentar. A pobreza também caiu ao menor nível da série histórica no país graças à integração de políticas econômicas e sociais.
Dados divulgados na semana passada pelo IBGE mostram que o percentual da população abaixo da linha da pobreza caiu de 31,6% para 27,4% de 2022 para 2023. Isso significa que em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país, passando de 67,7 milhões para 59 milhões. A situação é a melhor obtida desde o início da série histórica, em 2012.
O ministro também salientou que “o combate à pobreza tem de fazer parte do plano de desenvolvimento e estar alinhado com o desenvolvimento econômico de cada nação. Isso dá solidez nos resultados”.
Aliança Global
Lançada durante a Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro em 18 de novembro, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza visa erradicar essas duas mazelas do capitalismo mundial, reduzir desigualdades e contribuir para parcerias globais foçadas no desenvolvimento sustentável.
A iniciativa, que foi prioridade da presidência brasileira no G20, sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conta com o apoio de mais de 80 países e 60 instituições, incluindo governos, organizações internacionais e a sociedade civil, e tem como objetivo implementar estratégias para promover segurança alimentar, empoderamento econômico e equidade social.