Multidão toma a frente do parlamento sul-coreano exigindo o impeachment do golpista | Foto: Jung Yeon-je/AFP

Com a prisão formal do ex-ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, a investigação da promotoria sobre as acusações de golpe com imposição de lei marcial do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, deve ganhar ritmo.

O chefe do Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO), Oh Dong-woon, confirmou que “uma investigação completa está em andamento” e a hipótese de prisão de Yoon está sendo analisada. Declarou ainda ter “muita vontade” de prender o presidente, quando foi pressionado por um legislador sobre se ele tem “vontade” de fazê-lo.

Yoon foi autuado como suspeito e impedido de viajar para o exterior.

 A informação foi divulgada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap, segundo a qual as autoridades realizam outras operações envolvendo a Agência Nacional de Polícia, a Polícia Metropolitana de Seul e a polícia da Assembleia Nacional.

O gabinete do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi alvo de uma operação policial de busca, nesta quarta-feira (11), como parte da investigação. Yoon não estava dentro do prédio do gabinete presidencial quando os investigadores chegaram para reunir material relacionado à sua imposição da lei marcial.

O gabinete presidencial disse mais tarde que não possui a essência dos comentários dos participantes de uma reunião do Gabinete que ocorreu logo antes da declaração da lei marcial da semana passada, acrescentando que a reunião durou apenas cinco minutos, informou a Yonhap.

O primeiro-ministro Han Duck-soo tentou de desvencilhar, na quarta-feira, pela declaração da lei marcial de Yoon na semana passada, dizendo que ele expressou “clara” oposição ao plano.

O ex-presidente Moon Jae-in avaliou na quarta-feira que seu sucessor Yoon não tem como evitar o impeachment, observando a necessidade urgente de um chefe de estado interino “legítimo” para conduzir a diplomacia e se acertar com os militares, relatou a Yonhap.

Moon fez os comentários em sua página do Facebook em meio a crescentes apelos pela deposição do presidente Yoon após uma votação de impeachment parlamentar fracassada em 7 de dezembro último.  

A oposição deve reintroduzir o projeto de lei nesta quinta-feira e possivelmente a Assembleia Nacional tratará do impeachment a Yoon novamente no sábado.

O cenário político agravou-se desde que o impedimento foi barrado provocando que a indignação pública e a pressão crescente contra o partido no poder aumentassem. Analistas agora afirmam que é cada vez mais improvável que os legisladores do Partido do Poder Popular (PPP), que detêm os votos decisivos para a moção, realizem outro boicote, de acordo com a Yonhap.

No sábado (7), 192 parlamentares se pronunciaram pelo afastamento do arquirreacionário presidente, faltando tão somente oito votos adicionais do Partido do Poder Popular (PPP) – precisamente os de Yoon -, para concretizar a medida, que necessita do apoio de dois terços dos 300 da Assembleia.

O ex-ministro da defesa, Kim Yong-hyun, tentou cometer suicídio enquanto estava em um centro de detenção sob acusações de golpe, a polícia invadia o escritório presidencial junto com outros locais como o Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Grau (CIO), e os militares lançavam uma equipe de investigação conjunta sobre a acusação de traição do presidente Yoon Suk-yeol, de acordo com a Agência de Notícias Yonhap.

Kim foi encontrado tentando se enforcar com uma corda feita de roupas íntimas amarradas dentro de um banheiro no Centro de Detenção Dongbu de Seul, no leste de Seul, às 23h52 da terça-feira (10), pouco antes de um tribunal emitir um mandado para sua prisão oficial, disse o Ministério da Justiça.

Kim foi formalmente preso na quarta-feira (11) de manhã sob acusações de ajudar Yoon a organizar um golpe por meio de sua curta imposição de lei marcial na semana passada.

Na Coreia do Sul, aqueles que participam da conspiração de um golpe são puníveis com morte, prisão perpétua ou pena de prisão de pelo menos cinco anos, informou a Yonhap.

Fonte: Papiro