MPT investiga denúncias de abusos em terceirizadas chinesas na Bahia
O Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia iniciou uma investigação sobre as condições de trabalho, saúde e segurança envolvendo trabalhadores chineses da BYD, empresa que constrói a fábrica de carros elétricos na antiga planta da Ford em Camaçari. Além da empresa, três terceirizadas contratadas para prestação de serviço na obra são investigadas.
O inquérito do MPT foi aberto após uma denúncia anônima sobre a submissão de trabalhadores chineses a condições degradantes e atos de violência.
Segundo o MPT, a BYD está colaborando com as investigações e repudiou os atos de violência. Em nota, a empresa disse que “recebeu com repúdio as imagens que mostram o tratamento por parte dos supostos agressores, contratados por empresas terceirizadas, a outros colegas que trabalham na expansão da antiga fábrica da Ford”.
Após a denúncia, a primeira inspeção do MPT aconteceu no dia 11 de novembro na área em que a empresa instala sua linha de montagem. O órgão estuda reunir informações para elaborar um termo de ajuste de conduta (TAC) ou uma ação judicial.
O MPT também intimou a BYD e outras três empresas terceirizadas a apresentarem “a cópia dos contratos de trabalho, vistos de trabalho para os estrangeiros que atuam na obra, planos de prevenção de acidentes e de saúde ocupacional, que deverão ser apresentados nos próximos dias ao órgão”.
De acordo com MPT, “as informações que colhemos até o momento apontam para a necessidade de correção de procedimentos relativos ao meio ambiente de trabalho, para garantir a saúde e a segurança dos empregados”.
Ainda segundo o órgão, o procurador Bernardo Guimarães, responsável pelo inquérito, não descarta uma nova inspeção, principalmente diante de “relatos de violência física” surgidos nos últimos dias.
Em recente evento para apresentar o andamento das obras e anunciar a criação de 10 mil vagas de emprego até 2025, Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, afirmou: “Não vamos tolerar qualquer desrespeito à dignidade humana. Respeitamos as leis brasileiras, sejam elas trabalhistas, de meio ambiente ou relações comerciais. Tudo passa por minuciosa auditoria”, afirmou Baldy.
Fonte: Página 8