Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Em novembro deste ano, o percentual de famílias com contas atrasadas chegou a 29,4%, sendo o terceiro aumento consecutivo do percentual e o maior nível de inadimplência desde outubro de 2023, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), nesta quinta-feira (5).

O percentual de famílias que estão endividadas subiu em novembro de 2024, atingindo 77% do total, comparado a 76,6% no mesmo período do ano passado.

O endividamento entre as famílias de menor renda (até 3 salários mínimos) aumentou para 81,1% (o maior índice entre todas as faixas). A inadimplência nesta faixa de renda também cresceu, registrando o maior percentual para as famílias de menor renda (37,5%). Além disso, 18,5% afirmam não ter condições de quitar suas dívidas em atraso.

A CNC destaca, em nota, que “o nível de juros mais alto é um fator preocupante que continua levando a um aumento da inadimplência, sendo mais alarmante em um período quando os gastos são quase inevitáveis, como o fim de ano”.

No mês de novembro, a parcela de consumidores que afirmam não ter condições de quitar suas dívidas também aumentou no mês, ficando em 12,9%. Em outubro, esse percentual estava em 12,6% e, em novembro do ano passado, 12,5%.

Por sua vez, o volume de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias recuou em relação ao mês anterior, chegando a 49,6% do total de endividados em novembro, após cinco meses de aumento no indicador.

A pesquisa também apontou que o percentual dos consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas ficou em 20,3%, o menor nível desde agosto deste ano. Desta forma, o percentual médio de comprometimento da renda com dívidas foi de 29,8% no mês, o que é ligeiramente menor em relação ao mês anterior.

No ranking da vilania das dívidas, o cartão de crédito com seus juros em níveis de agiotagem manteve-se na liderança, ao ser apontado por 83,8% dos endividados. Em segundo lugar estão as dívidas com carnês (16,3%) e, em seguida, vem o crédito pessoal (11,7%).

Desde setembro deste ano, o Banco Central (BC) vem elevando o nível da taxa básica de juros (Selic), hoje em 11,25% ao ano, jogando ainda mais para o alto as demais taxas de juros de empréstimos, cartão de crédito etc. 

Na próxima semana, entre os dias 11 e 12 de dezembro, os diretores do BC que compõem o Copom (Comitê de Política monetária) devem elevar ainda mais o nível da Selic, com um acréscimo de 0,75 p.p na Selic, o que colocaria a taxa de juros nominal em 12% no final deste ano, conforme ordena o mercado financeiro.

Fonte: Página 8