Hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, retrato do terrorismo de Estado de Israel | Foto: Stringer/AFP

Entidades médicas e de organizações de direitos humanos denunciaram esta semana que Israel matou mais de 1000 médicos e enfermeiros da Faixa de Gaza desde outubro de 2023, numa “prática de perseguição e extermínio” movida contra os profissionais de saúde palestinos e integra o crime de genocídio contra o povo palestino.

Um comunicado divulgado por fontes do setor de saúde assinalou que outros “310 componentes da equipe médica foram presos, torturados e executados nos cárceres” do regime, porta-voz de Washington na região. Ao mesmo tempo, informou que o exército de ocupação impede a entrada de remédios, a reposição de equipamentos médicos e a entrada de delegações de saúde e centenas de cirurgiões ao minúsculo território de 360 quilômetros quadrados.

“Os hospitais de Gaza são um objetivo declarado do exército israelense, que os bombardeou, os sitiou e agrediu, matando médicos e enfermeiras e ferindo outras pessoas depois de atacá-las diretamente”, acrescentou o documento.

Numa conferência de imprensa no Hospital Augusta Victoria em Al-Mutala, terça-feira (3), em Jerusalém, médicos palestinos e internacionais defenderam a imediata evacuação de 25.000 feridos e doentes de Gaza, pois “necessitam atenção médica vital devido à gravidade do seu estado”. Os profissionais alertaram que os criminosos ataques israelenses por 426 dias ininterruptos destruíram instituições de saúde e infraestrutura básica, complicando ainda mais a situação.

Um dos médicos que participaram da conferência, Muhammad Al-Zaanin salientou que “as vidas de milhares de feridos e feridas estão em perigo e o tempo está se esgotando”, ressaltando que “devemos agir agora para salvar vidas e abrir imediatamente um corredor humanitário.

A seu lado, a doutora Laila Al-Sheikh enfatizou que “a situação em Gaza requer uma ação urgente por parte da comunidade internacional”. “Conclamamos a todas as consciências vivas para que respondam ao apelo da humanidade”, frisou.

Diretor-executivo do Hospital Augusta Victoria, Fadi Al-Atrash reiterou que “a situação em Gaza é catastrófica e a nossa exigência é que todos os seus pacientes recebam oportunidades de tratamento, e a maneira mais curta e eficaz é permitir que venham para hospitais na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental”

O apartheid israelense impede que os palestinos acessem Jerusalém Oriental – a capital do Estado da Palestina – sem obter licenças especiais, ao mesmo tempo que bloqueou a emissão de licenças aos residentes de Gaza desde o início do genocídio. Desde maio, pelo lado palestino da passagem de Rafah, já não é possível transferir doentes ou feridos, agravando ainda mais a situação.

OMS DENUNCIA SITUAÇÃO “DEPLORÁVEL” 

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, citou como exemplo do desmantelamento que vendo sendo praticado pelos sionistas, “os ataques contínuos ao Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, que deixaram mais 14 feridos nas últimas 48 horas, incluindo o diretor do hospital e os poucos médicos e enfermeiros restantes”.

A OMS qualificou de “deplorável” a constante agressão israelense e defendeu o fim dos ataques.

Após jogar sob Gaza mais bombas do que em toda a Segunda Guerra, Israel já acumula um saldo de mais de 44.235 vidas ceifadas e deixou mais de 104.500 palestinos feridos, milhares deles mutilados – a maioria mulheres e crianças -, desapareceu com mais de 11.000 civis – que permanecem debaixo dos escombros em áreas residenciais, hospitais e centros de atendimento humanitário.

Apesar da crescente repulsa dos povos de todo o mundo, o banho de sangue prossegue. Diante da barbárie, a Corte Penal Internacional chegou inclusive a emitir uma ordem de prisão contra o primeiro-ministro, Benjamín Netanyahu, e seu ex-ministro de Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade. Mas contando com o aval dos Estados Unidos, o regime israelense não apenas continua impune, como abastecido de armamentos para continuar com sua campanha de terror e extermínio.

Fonte: Papiro