Centrais condenam aumento dos juros: “Efeitos colaterais nefastos para o país”
As centrais Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores (CUT) reagiram ao aumento da taxa de juros básica (Selic) em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 12,25% ao ano, anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na quarta-feira (11). O novo aumento mantém o Brasil com uma das maiores taxas de juros reais do mundo (resultado da Selic menos a inflação), na ordem de 7%.
De acordo com o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, o aumento dos juros “que já estavam em patamares absurdos”, e chegaram a 12,25% a.a., “é um remédio desnecessário, errado, com efeitos colaterais nefastos, como comprometer a produção e arrefecer a intenção de consumo”.
“Infelizmente, o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade de estimular a criação de empregos, a produção e o consumo. O País precisa investir no fomento da produção, na geração de empregos e na distribuição de renda para retomar o caminho do seu crescimento econômico”, disse o presidente da entidade”, disse.
Na avaliação da vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o mercado financeiro, ao pressionar o BC “está apostando contra o Brasil”.
“É formado por um bando de aproveitadores e sabotadores da nação. Os danos desta política monetária de aperto econômico, praticada a mando do mercado pelo Banco Central, na gestão de Roberto Campos Neto, e com mais intensidade no governo Lula, são irreparáveis ao desenvolvimento do país, além de não resolver a alta de preços dos alimentos, ligada a questões climáticas”, destaca.
Segundo a dirigente sindical, “como a Selic elevada reflete nos juros cobrados por todo o sistema financeiro, deliberadamente, o Banco Central está aumentando o custo de vida para as famílias, para as empresas e para o Estado brasileiro”.
“A manutenção do índice altíssimo, portanto, é um boicote ao crescimento econômico do país e apenas reafirma que o órgão é suscetível às pressões do mercado financeiro e se desvia das responsabilidades para com o país. Os principais beneficiados com a Selic elevada são os detentores dos títulos da dívida pública, que atualmente são as instituições financeiras”, completou.
Juvandia disse ainda que a expectativa do movimento sindical com a saída de Campos Neto – que deixa o cargo em 31 de dezembro -, e que o novo comando do Banco Central, que ficará a cargo Gabriel Galípolo, indicado por Lula, “pare de usar o Copom como instrumento de boicote ao desenvolvimento, causando perdas irreparáveis ao país”.
“A manutenção de uma taxa básica de juros tão elevada precisa ser tratada como um crime socioeconômico”, disse.
Fonte: Página 8