Manifestantes dizem "Não aos genocidas em Paris" | Foto: AFP

Mesmo com gigantesco aparato repressivo de quatro mil policiais, reforçado por 1.600 “agentes de segurança”, manifestantes realizaram uma manifestação solidária aos palestinos nas proximidades do Stade de France, em Paris.

As ruas de Paris foram tomadas por multidões durante dois dias consecutivos em repúdio ao “genocídio praticado contra o povo palestino em Gaza” pelas tropas de Netanyahu.

Os franceses não se intimidaram com o aparato repressivo de quatro mil policiais e se concentraram na praça “Place du Front-Populaire”, próximo ao Stade de France, e ergueram suas vozes, faixas e cartazes denunciando os mais de 40 mil palestinos mortos pelos bombardeios israelenses – mais de 70% mulheres e crianças – desde 7 de outubro de 2023. 

Muitos franceses exibiam camisetas “Contra o apartheid de Israel” e defendiam o “Boicote” aos seu produtos.

Uma das manifestantes, Irene Karalis, 22, estudante universitária e ativista, denominou o jogo de “a partida da vergonha”. “Achamos que não é possível continuar vivendo normalmente, estudando normalmente e trabalhando normalmente, quando há um genocídio na Palestina agora”, ressaltou.

Na quarta-feira (13) os manifestantes também repudiaram um evento de gala organizado pela extrema-direita para arrecadar fundos ao exército israelense. Com o slogan “Israel é para sempre”, a atividade tinha sido planejada por uma associação de mesmo nome, visando “mobilizar forças sionistas de língua francesa”.

Em resposta, movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos de esquerda marcharam condenando a “gala do ódio e da vergonha” e reivindicaram seu fechamento. A resposta das autoridades foi redobrar a segurança dos fascistas, informando que “não representava uma ameaça à ordem pública”.

Apesar do forte aparato de segurança montado, o antiárabe e extremista de direita ministro das Finanças israelense Bezalel Smotrich cancelou sua viagem à França. Ele era esperado para falar na gala. Conhecido por reivindicar a limpeza étnica e a colonização da Cisjordânia palestina, anexando-a a Israel, Smotrich propõe que árabes e judeus usem maternidades sob pretexto de que “não existe tal coisa como um povo palestino” para a reivindicação racista.

Alinhada à barbárie sionista, a unidade de elite da polícia nacional francesa (Raid) ficou responsável pela segurança da seleção de Israel, desde a sua chegada.

Houve duas brigas nas arquibancadas e pessoas foram presas e levadas sob custódia. Vídeos amplamente divulgados na rede social X parecem mostrar um homem cercado e espancado, bem como diversas trocas de golpes envolvendo torcedores, incluindo um que carrega a bandeira israelense nos ombros.

Embora tivesse capacidade para mais de 80 mil torcedores, devido às restrições impostas o Stade de France registrou o muito baixo comparecimento: 16.611 espectadores.

Com o resultado, a seleção francesa garantiu a sua classificação para as quartas de final da Liga das Nações com uma rodada de antecedência, enquanto Israel segue na lanterna do grupo 2.

Fonte: Papiro