Torcedores israelenses gritam “morte aos árabes” e são rechaçados nas ruas de Amsterdã
Centenas de torcedores do time israelense Macabi Haifa entraram no estádio Joan Cruyf, em Amsterdã, gritando “exército de Israel vai vencer e foder os árabes”, “não há mais escolas em Gaza, todas as crianças morreram” e ainda “morte aos árabes, todos vão morrer” já no metrô quando iam para o estádio.
Os torcedores do Macabi já estavam tumultuando a capital holandesa desde a véspera, dia 6, quando arrancaram bandeira palestina de uma das casas, atearam fogo a bandeiras e atacaram táxis.
Desrespeitaram a todos, já dentro de estádio, assoviando e vaiando quando foi pedido um minuto de silêncio em solidariedade aos espanhóis atingidos pela enchente em Valência.
A ira popular acabou explodindo e os baderneiros israelenses levaram uma exemplar coça nas ruas da capital holandesa.
Netanyahu recorreu ao surrado bordão de “ataque antissemita” para descrever a rebeldia popular contra a manifestação racistas dos torcedores do Macabi. Além disso, teve a desfaçatez de ameaçar a soberania dos demais países europeus, dizendo que mandará contingentes do famigerado serviço secreto de Israel, o Mossad, em meio às torcidas israelenses nos próximos jogos.
O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, embarcou na narrativa do regime israelense dizendo-se “horrorizado com os atos de antissemitismo”.
As provocações racistas foram captadas em vídeos divulgados nas redes sociais e o chefe de polícia de Amsterdã, Peter Holla, corroborou todas as informações acerca dos abusos, mas as lideranças árabes denunciaram que a polícia prendeu apenas os que respondiam à agressão dos torcedores do Macabi (60 prisões entre os holandeses e nenhuma prisão de israelenses).
A invasão israelense foi repudiada pelo vereador Jazie Veldhuyzen, da capital holandesa: “Eles começaram atacando casas de moradores de Amsterdã que traziam bandeiras palestinas em suas fachadas, foi aí que, na verdade, a violência começou”.
“Em reação a tudo isso”, prosseguiu o vereador, “os de Amsterdã se mobilizaram e responderam aos ataques iniciados pelos baderneiros do Macabi”.
O morador de Amsterdã, Mo Kotesh, declarou que “o fato de torcedores israelenses fazerem baderna no centro de Amsterdã, entoarem slogans racistas e subirem nos muros de casas para arrancar bandeiras palestinas, é parte da condição de muitos israelenses neste momento: um completo desligamento da realidade, da percepção do que ocorre em termos de ações e consequências”.
O ministro do Exterior da Palestina, Muhammad Mustafa, condenou as “palavras de ordem anti-árabes” e os ataques a bandeiras palestinas e chamou o governo holandês a “conduzir uma imediata investigação sobre os instigadores destes distúrbios e a proteger os árabes e palestinos residentes na Holanda”.
Os jogadores do Ajax também assumiram a responsabilidade de responder, em campo, às provocações israelenses, Aplicaram uma sova no Macabi que acabou goleado por 5 a 0. O primeiro tempo já havia terminado com o Macabi em desvantagem no placar: 3 a 0.
Fonte: Papiro