Neto de Nelson Mandela tem sido uma das vozes mais presentes na luta contra o apartheid de Israel | Foto: Reprodução

O neto do ex-presidente sul africano, Nelson Mandela, ao ter o visto de entrada negado pelo governo do Reino Unido, fez duras críticas ao governo britânico que atualmente está apoiando Israel em seu genocídio de palestinos em Gaza e no sul do Líbano.

Mandla Mandela é chefe tribal no Conselho Tradicional de Mvezo e ex-membro da Assembleia Nacional da África do Sul. Ele iria discursar em vários eventos no Reino Unido sobre o apartheid Israelense, o genocídio em Gaza e a luta palestina por liberdade.

A justificativa do governo britânico é a de que o apoio de Mandela pela resistência armada palestina e libanesa contra as agressões sanguinárias de Israel causaria “desconforto” na comunidade judaica do Reino Unido.

Durante o governo de Margaret Thatcher, o Reino Unido se recusou a estabelecer sanções contra a África do Sul que na época estava sob o regime do apartheid, que impôs brutalmente a segregação racial no país até 1994. O Reino Unido até chegou a rotular Nelson Mandela e todo o movimento de liberação sul africano do Congresso Nacional Africano, como terroristas.

“Não seremos silenciados. Carregamos o legado que Madiba (Nelson Mandela) defendeu quando disse durante seu julgamento: Lutamos contra a dominação negra e a dominação branca”.

“Levaremos”, prosseguiu, “esse legado com orgulho e lutaremos contra a desigualdade, a dominação, a ocupação e a desigualdade onde quer que ela levante sua horrenda cabeça. Continuaremos a apoiar os oprimidos do mundo onde quer que estejam. Nunca abandonaremos o povo palestino que esteve conosco em nossa hora mais sombria”.

Ele também disse que a carta de recusa do Reino Unido evidencia a cumplicidade britânica com “o apartheid de Israel e seu apoio contínuo ao genocídio em Gaza e em toda a Palestina ocupada”

“Alcançamos nossa liberdade apesar do apoio que o apartheid da África do Sul recebeu do Reino Unido e dos EUA e esta carta de recusa é uma extensão da mentalidade colonial que busca nos negar nosso direito de livre circulação, associação e expressão”, acrescentou.

“Não seremos silenciados. A recusa de visto é uma violação do meu movimento e uma tentativa de minar o trabalho do Movimento Anti-Apartheid no Reino Unido.”

“O movimento e a liberdade de meu avô também foram restritos, mas ele recusou a condição de libertação da prisão que o restringia ao Transkei. Ele permaneceu firme em sua busca por justiça e continuou a ser um símbolo de liberdade, justiça e direitos humanos para todos.”

Fonte: Papiro