Bombas israelenses destruíram 100 sítios históricos incluindo a Igreja de São Porfírio, como mostra a foto | Foto: Dawood Nemer/AFP

A Autoridade Palestina para a Qualidade Ambiental afirmou que o exército de ocupação israelense lançou mais de 85 mil toneladas de bombas na Faixa de Gaza desde o início da agressão em 7 de outubro de 2023.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (6), por ocasião do Dia Internacional para a Prevenção do Uso do Meio Ambiente em Conflitos Militares, data instituída pela Assembleia Geral da ONU, o organismo assinalou que os contínuos bombardeios das forças de ocupação e extermínio na Faixa de Gaza causaram a destruição de grandes áreas agrícolas, terras e contaminação do solo com produtos químicos tóxicos que dificultam a agricultura por décadas.

A devastação atingiu 80% dos prédios da área. Cerca de 100 sítios históricos foram arrasados, incluindo a Igreja de São Porfírio retratada na foto que ilustra a matéria e esta é a foto antes do bombardeio:

Igreja de São Porfírio que ficou construída no ano 425 em Gaza e reformada em 1.150, antes de destruída pelas tropas de Israel (Reprodução)

A Autoridade para a Qualidade Ambiental denunciou que a ocupação tem utilizado todos os tipos de armas e mísseis na sua agressão contínua, incluindo o fósforo branco, que é proibido pelo direito internacional ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre armas convencionais, que tem como alvo elementos do ambiente, causando graves problemas ambientais, danos que ameaçam a vida humana e todos os organismos vivos.

Os danos nas infra-estruturas das fontes de água levaram à fuga de água poluída para bacias subterrâneas, prenunciando um desastre sanitário e ambiental que ameaça centenas de milhares de residentes nas próximas gerações, apontou.

No início deste mês, o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina (PCBS) e a Autoridade de Qualidade Ambiental alertaram que 75% dos palestinos no norte de Gaza bebem água contaminada.

A Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu a data em 2001, durante o mandato de Kofi Annan como secretário-geral. O objetivo é alertar para os danos que o ambiente sofre em contextos de guerra, como poluição da água, destruição de florestas e solos, e morte de animais para fins militares.

Quanto à Cisjordânia Palestina, o organismo afirmou que os colonos israelenses e o treino militar do exército ocupante representam um grande perigo para o ambiente palestino, estimando que as forças de Netanyahu despejam cerca de 40 milhões de metros cúbicos de águas residuais não tratadas todos os anos nos territórios palestinos.

A Autoridade apelou à ONU e à comunidade internacional para que tomem medidas urgentes para pôr fim à agressão em curso, prevenir a exploração do meio ambiente realizada para fins militares e fazer cumprir as leis internacionais, incluindo o Protocolo de Genebra e a Convenção que proíbe a utilização de técnicas de modificação ambiental para fins militares.

Também destacou a necessidade de documentar as violações ambientais que ocorrem no território palestino, uma vez que os danos causados ​​pela ocupação representam um grave perigo para a saúde da população e uma ameaça total para o futuro da região e os responsáveis devem ser expostos publicamente.

Fonte: Papiro