Deputado israelense é punido por denunciar massacre de Netanyahu em Gaza
O deputado do Knesset (parlamento israelense) Ofer Cassif, eleito pela coalizão judaico-árabe Hadash-Ta’al, teve o mandato suspenso por 6 meses.
A decisão do dia 11 de novembro foi tomada pelo Comitê de Ética do Knesset, que determina que o deputado não poderá falar no parlamento (embora possa seguir votando). Pela decisão persecutória, ele também teve o seu salário cortado por duas semanas.
O Comitê também decidiu que o veredicto contra Ofer não anula a análise de outras ações dos deputados da ultradireita contra ele. Foram apresentadas até aqui 25 acusações contra Cassif.
Em janeiro de 2024 o deputado assinou uma petição defendendo que a Corte Internacional de Justiça de Haia considere o Estado de Israel culpado por perpetrar genocídio contra o povo palestino.
Não é a primeira vez que Cassif sofre perseguição com medidas contra seu mandato no Knesset. À corajosa assinatura, seguiu-se uma estúpida e ditatorial agressão que se materializou em um processo pela cassação de seu mandato parlamentar.
Em um atentado à liberdade de expressão, Ofer Cassif escapou de perder a cadeira por cinco votos! O vergonhoso placar foi de 85 votos a favor da cassação, com 11 votos contra e 24 abstenções, ou seja, mais de 70% dos parlamentares eleitos votaram a favor de expulsar o deputado do Knesset e pela lei em vigor, a cassação precisava de 90 votos para se efetivar.
Na cínica justificativa da decisão de suspender o mandato de Cassif, o Comitê de Ética do Knesset escreveu que o deputado “fez uma séria ruptura com a ética”, como se fosse antiético se opor a um massacre que já assassinou quase 45 mil palestinos em pouco mais e um ano.
A justificativa para a medida diz ainda que defender o fim do genocídio em Gaza seria uma “deslealdade” que minaria a “confiança da sociedade no Knesset”.
Fonte: Papiro