Lula em Pequim com o presidente Xi Jinping. Foto: Ricardo Stuckert

As relações comerciais entre a China e países de língua portuguesa alcançaram neste ano, somente até setembro, US$ 174,18 bilhões, resultado 7,84% superior a igual período de 2023. O Brasil continua a ser o maior parceiro comercial lusófono da China. 

No mesmo período, o comércio entre os dois países movimentou US$ 146,23 bilhões, 10,1% a mais do que no mesmo período de 2023. 

Desse total, a China comprou US$ 91,18 bilhões e vendeu US$ 55,05 bilhões ao Brasil. As informações são do Fórum de Macau (Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa). 

Vale destacar ainda que, conforme a Apex Brasil, a China é o oitavo maior investidor no Brasil e primeiro entre os países asiáticos. “O Brasil tem lugar de destaque entre os destinos chineses para investimentos em infraestrutura, ocupando o primeiro lugar entre os países do continente americano, com 35 projetos, e a quarta posição geral. Quanto à distribuição regional dos investimentos chineses no Brasil, o Nordeste é a região brasileira com o maior número de projetos de infraestrutura chineses”, diz a agência. 

A relação entre os dois países, que em 2024 comemorou 50 anos de relações diplomáticas, pode se fortalecer e aumentar ainda mais no caso de o Brasil aderir à Nova Rota da Seda, ou Iniciativa Cinturão e Rota, programa pelo qual a China espera poder fazer investimentos e projetos de infraestrutura trilionários em outros países. 

Na segunda quinzena deste mês, o presidente chinês Xi Jinping estará no Brasil, quando participará das reuniões do G20, e o tema fará parte da pauta de assuntos a serem discutidos entre os dois países. 

Durante evento recente na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou positivamente à iniciativa. “Os chineses querem discutir conosco a Rota da Seda e nós vamos discutir. Nós não vamos fechar os olhos, não. Nós vamos dizer: ‘o que tem para nós? O que eu tenho com isso? O que eu ganho?’. Essa é a discussão”. 

Demais países lusófonos

Ainda de acordo com as informações do Fórum de Macau, considerando a movimentação total entre a China e os países de língua portuguesa, o país asiático importou US$ 109,13 bilhões, um aumento de 2,62% em relação ao mesmo período do ano passado, e exportou US$ 65,06 bilhões para o mundo lusófono, uma alta anual de 17,91%, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas. 

Depois do Brasil, o país com mais relações comerciais com a China entre os lusófonos é Angola, com as trocas comerciais bilaterais totalizando US$ 1,70 bilhão em setembro, representando uma ligeira alta de 0,2% em termos anuais. No período de janeiro a setembro, os dois países registraram um comércio de US$ 15,81 bilhões, queda anual de 3,7%.

Na terceira posição ficou Portugal, com o valor das trocas comerciais atingindo US$ 702,40 milhões, queda anual de 9,4%. De janeiro a setembro, o comércio sino-português somou US$ 6,98 bilhões, aumentando 5,5% em termos anuais.

Já entre China e Moçambique, o comércio alcançou US$ 345,98 milhões em setembro. Nos primeiros nove meses de 2024, foram US$ 3,80 bilhões, 6% a menos em relação ao mesmo período do ano passado.

Com informações do Diário do Povo