População observa com apreensão o momento em que o prédio de oito andares de Beirute virou ruínas | Foto: France Press

Míssil israelense disparado neste sábado (23), aplastrou prédio de oito andares no centro de Beirute. A explosão e estilhaços do míssil destruíram fachadas de prédios próximos e arrasaram carros nas vizinhanças. O ataque aéreo assassinou mais de 20 pessoas e de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano 66 pessoas ficaram feridas.

A escalada genocida – que assolou primeiro Gaza e agora se estende ao Líbano – acontece em meio à visita de Amos Hochstein, enviado dos Estados Unidos, a Beirute, enquanto prossegue a carnificina.

Até o momento, os ataques israelenses já ceifaram mais de 3.500 vidas no Líbano e obrigaram o deslocamento de cerca de 1,2 milhão de pessoas, 25% da população.

Desmentindo a versão do regime de Netanyahu, o deputado do Hezbollah, Amin Shiri, disse que não havia nenhum oficial da organização dentro do edifício atingido. Para o Hezbollah, é necessário o “fim completo e abrangente da agressão”.

“A área é residencial, com prédios próximos e ruas estreitas, o que torna a situação desafiadora”, informou a socorrista da Defesa Civil Libanesa, Walid Al-Hashash.

A Agência Nacional de Notícias Libanesa informou que no mesmo sábado um ataque de drone matou duas pessoas e feriu três na cidade portuária milenar de Tiro, no sul do país. Os mortos eram refugiados palestinos do campo próximo de al-Rashidieh que estavam pescando.

O Ministério da Saúde ressaltou que outros ataques aéreos mataram oito pessoas, incluindo quatro crianças, na cidade oriental de Shmustar, outras cinco na vila de Roumin, no sul, e mais cinco na vila de Budai, no nordeste.

No norte de Gaza, o Ministério da Saúde disse que pelo menos 80 palestinos foram assassinados na quinta (21) e sexta-feira (22), mesmo estando próximos dos hospitais Kamal Adwan e Al-Ahli. Além disso, feridas, dezenas ficaram presas sob os escombros.

No sábado, pelo menos seis pessoas, incluindo três crianças e duas mulheres, foram mortas na cidade de Khan Younis, no sul, relataram repórteres da Associated Press (AP) e funcionários do Hospital Nasser.

“De repente, acordamos com poeira, fumaça e fogo”, disse um pai em luto, Ahmad Ghassan. “Nós o encontramos morto e seu irmão ferido”. Outro pai chorou enquanto carregava o corpo de seu filho com um lençol manchado de sangue.

Responsáveis pelo Hospital Al-Awda confirmaram ter recebido seis corpos após Israel ter bombardeado uma casa ao norte do campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza.

Numa agressão que já dura 13 meses, o número de palestinos mortos ultrapassou 44.000 esta semana, com cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza obrigados a se deslocarem, centenas de milhares vivendo em acampamentos de tendas com pouca ou nenhuma comida, água ou serviços básicos.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU apontou que quase 70% das vítimas palestinas são mulheres e crianças, e voltou a condenar o que chamou de violação sistemática dos princípios fundamentais do direito humanitário internacional.

Fonte: Papiro