Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Os bancos e instituições financeiras, consultados pelo Banco Central, elevaram a mediana das projeções de inflação deste ano de 4,62% para 4,64%, segundo o Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (18). Essa é a sétima semana consecutiva de aumento na estimativa de inflação de 2024, sendo um aceno claro para o BC apertar ainda mais a política monetária, via aumento da taxa de juros (Selic), hoje em 11,75% ao ano.

Na mediana da Selic, o “mercado” estima uma taxa de 12% no final deste ano. Mas já há quem defenda juros ainda mais altos.

O Banco Itaú pede pressa no ritmo de elevação dos juros pelo Banco Central e defende um acréscimo de 0,75 ponto percentual já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em dezembro deste ano.  

O Itaú – que encerrou o terceiro trimestre com um lucro líquido de R$ 10,675 bilhões – espera que a Selic esteja no mínimo em 13,5% no fim do ciclo de aperto monetário e, assim, permaneça a taxa neste nível até o final de 2025.

No terceiro trimestre deste ano, o lucro somado dos três maiores bancos privados do Brasil (Itaú lucro de R$10,675 bilhões; Bradesco, R$ 5,2 bilhões; e Santander, R$ 3,664 bilhões) subiu para 19,4% frente ao mesmo período do ano passado, atingindo o montante de R$ 19,6 bilhões.

Para sustentar o gasto do setor público (União, Estados/municípios e estatais) com o pagamento de juros da dívida pública (Selic), que ultrapassa a marca dos R$ 800 bilhões ano, os bancos exigem que o governo Lula arroche as despesas obrigatórias, ou seja, investimentos em saúde, educação, segurança, entre outros programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e seguro-desemprego, por exemplo.

O Itaú espera um “ajuste fiscal” – executado historicamente em cima dos pobres – de pelo menos R$ 60 bilhões, sendo R$ 25 bilhões em 2025 e R$ 35 bilhões em 2026. Mas, infelizmente, alinhado a essa tragédia do austericídio fiscal, a área econômica do governo teria indicado à cúpula do Congresso Nacional um choque fiscal que deve totalizar R$ 70 bilhões, sendo 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026. 

Quanto à inflação, o índice teve uma pequena alta nos preços monitorados, nada que o aumento dos juros resolva, como o preço da energia elétrica, com a bandeira vermelha nos últimos meses.

Fonte: Página 8