Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Considerado historicamente um dos mais elitizados e brancos cursos de formação superior, a Medicina continua sendo pouco permeável à presença de alunos pretos, apesar das políticas afirmativas. Apenas 3,5% dos 266 mil estudantes de 407 escolas da área se declaram pretos. 

Também são ínfimos os percentuais de indígenas, 0,4%, e de cor amarela, 1,8%. Quase 26% são pardos, enquanto os brancos somam mais de 68%. 

O percentual de pretos e pardos é ainda menor — 2,2% e 22,3%, respectivamente — nas instituições privadas, que respondem por 284 cursos. Neste espectro, declaram-se de cor amarela 1,7% e indígenas, 0,2%. Enquanto isso, os brancos ultrapassam os 73,6%. Os dados fazem parte de levantamento feito pela USP e publicado pela Folha de S.Paulo. 

Quando considerados apenas os 123 cursos públicos de Medicina, os índices de pretos e pardos são mais de três vezes maiores: 7,4% constituem o primeiro grupo e 37%, o segundo. Os brancos são pouco mais de 52%; 2,2% são amarelos e 1,1%, indígenas.

Responsável pelo levantamento, o professor Mario Scheffer, da Faculdade de Medicina da USP, defende que as cotas e as políticas afirmativas sejam ampliadas. “A diversidade social e racial na medicina, além de fazer justiça social, terá impacto positivo no sistema de saúde ao aproximar perfis profissionais da real composição da população e das comunidades”, disse Scheffer ao  jornal. 

Com agências

(PL)