Trabalhadores da Boeing recusam proposta patronal e greve continua
Os trabalhadores da Boeing optaram por estender a greve, que já dura seis semanas.
Com 64% dos trabalhadores da Boeing rejeitando a contraproposta patronal, a greve na gigante da aeronáutica está mantida. A paralisação começou em 13 de setembro, quando os trabalhadores recusaram oferta de 25% ao longo de quatro anos de contrato, quando estavam pedindo 40% em três anos.
Nessa segunda tentativa, a Boeing aumentou a oferta salarial para 35%, mas recusou restaurar o plano de aposentadoria, o que se tornou a motivação decisiva para a continuação da greve. Em paralelo, a Boeing também ameaçou demitir 10% de sua folha de trabalhadores.
“Depois de 10 anos de sacrifícios, ainda temos terreno para recuperar, e esperamos fazê-lo retomando as negociações prontamente”, comunicaram os líderes da filial de Seattle da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais.
A continuação da paralisação é uma derrota para o novo CEO da empresa, Kelly Ortberg, que buscava fazer uma transformação na cultura na fabricante aeroespacial e para o governo de Joe Biden, que queria uma rápida resolução na disputa trabalhista que está causando um prejuízo de US$ 100 milhões por dia.
A Boeing também está sendo investigada por vários órgãos federais americanos desde o incidente com a Alaska Airlines, em janeiro deste ano, em que um avião 737 Max perdeu uma porta em pleno voo. Desde então, as investigações levaram uma descoberta de descaso da empresa na construção de aeronaves, ignorando normas de segurança e até usando peças dadas como defeituosas nos aviões.
Nesta quarta-feira, a Boeing divulgou que está tendo um prejuízo de US$6 bilhões no terceiro trimestre. As ações da empresa com o anúncio, caíram mais 1.76%, somando com a queda desde o início do ano, as ações da Boeing caíram em preço quase 38%.
Fonte: Papiro