Nebenzia, representante russo na ONU, condena estupidez de Israel contra o secretário-geral da ONU | Foto: Wuang Jiangang-Xinhua

Na reunião em caráter de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) sobre a escalada do conflito no Oriente Médio, realizada nesta quarta-feira, foi destacado o apoio ao Secretário-Geral da ONU, condenando o regime de Israel por declarar Antonio Guterres ‘persona non grata’.

O embaixador da Rússia, Vassily Nebenzia, classificou a decisão de Israel sobre Guterres de “inaudita” e “uma bofetada na cara, não só da ONU, mas de todos nós (do Conselho de Segurança)”.

Ao mesmo tempo, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, acrescentou que “se alguém é o culpado pela situação e pela incapacidade da ONU de levantar a voz contra a conflagração, é Washington, que bloqueou mais que um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU e mais uma vez torpedeou os esforços diplomáticos com as suas ações”.

Ecoando os sentimentos de seus colegas russos, o enviado permanente da China na ONU, Fu Cong, expressou o “apoio resoluto” de Pequim a Guterres e descreveu a decisão de Israel de vetar o Chefe da ONU como infundada e inaceitável. Conclamou ainda por respeito à soberania, à segurança e à integridade territorial de todos os países, e reiterou sua oposição a qualquer ato que viole os princípios básicos das relações internacionais.

O enviado francês à ONU, Nicolás de Riviere, agradeceu ao chefe da ONU pelos seus pertinentes comentários feitos na sessão convocada devido à situação na Ásia Ocidental, e expressou o “total apoio e confiança da França a Guterres”.

O representante da Suíça, que atualmente preside o CSNU, manifestou “total apoio” a Guterres e garantiu que “a ONU, em colaboração com outras organizações, está atualmente prestando ajuda humanitária a todos os civis de forma pertinente”.

Já o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, assinalou na quarta-feira que seu país “rejeita completamente” a postura de Israel chamando Antonio Guterres uma ‘Persona Non Grata’.

“Rejeitamos completamente essas calúnias e essa proibição de ir a Palestina e, claro, apoiamos o Secretário-Geral da ONU”, acrescentou.

O embaixador da Argélia, Amar Bendjama, expressou “a total solidariedade do nosso país e a admiração e apoio ao Secretário-Geral após a incrível decisão” de Israel, e frisou que a medida do regime sionista “reflete um claro desdém pelo sistema da ONU e pela comunidade internacional por completo”.

O enviado sul-coreano Joonkook Hwang também expressou apoio e transmitiu sua “profunda gratidão” ao secretário-geral por “seus esforços incansáveis ​​pela paz no Oriente Médio”.

A representante da Eslovênia, Ondina Blokar, elogiou o trabalho da ONU e expressou “total apoio” a Guterres, sempre e particularmente neste momento em que a defesa da população e da paz é chave.

“Apelamos a Israel para reconsiderar o anúncio de hoje”, disse Blokar, acrescentando que “é hora de fortalecer o papel da diplomacia e priorizar a paz”.

A enviada de Malta, Vanessa Frazier, destacou “apoio contínuo e inabalável” a Guterres e agradeceu-lhe “por sua liderança contínua e bússola moral ao guiar esta organização em tempos tão difíceis”.

Enquanto isso, a enviada dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, fez de conta que nada estava acontecendo e evitou qualquer menção a Guterres em seus comentários.

“Os Estados Unidos apoiam Israel totalmente, totalmente, totalmente”, disse ela.

Na sexta-feira passada, após o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, Guterres pedira a todos os lados que “recuassem da beira do abismo”, dizendo que a região não poderia se dar ao luxo de “uma guerra total”.

Mas na concepção do regime genocida no poder em Tel Aviv, Israel pode perpetrar genocídio em Gaza como investigado pela Corte Internacional de Justiça, (42 mil mortos, na maioria crianças e mulheres); assassinar líderes estrangeiros na posse do presidente iraniano em Teerã, como fez com Ismail Haniyeh; cometer atentados no Líbano mutilando centenas de pessoas e assassinar o líder do Hezbollah; bombardear os vizinhos, como faz contra o Líbano, Síria, Palestina e Iêmen; assaltar terras e promover pogroms na Cisjordânia, além de anexar o Golã sírio à revelia da lei internacional, e ninguém pode reclamar ou sequer exercer o direito de defesa ou de combate ao ocupante.

Fonte: Papiro