Putin defende continuidade de Dilma no comando do banco dos Brics
Durante a Cúpula dos Brics, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu a continuidade da presidência brasileira no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês).
Conhecido como banco dos Brics, ele é comandado pela ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, que tem mandato até julho de 2025.
Putin entende que a permanência de Dilma atende a dois critérios. O primeiro converge para a presidência brasileira do grupo a partir do próximo ano. O segundo, no entendimento do russo, é para evitar que o envolvimento de seu país na guerra com a Ucrânia possa interferir na condução dos trabalhos do banco, pelo qual a sua federação tem muito interesse que prospere.
“Não queremos transferir todos os problemas que estão associados à Rússia para instituições em cujo desenvolvimento nós próprios estamos interessados. Nós lidaremos com nossos problemas e cuidaremos deles nós mesmos”, destacou Putin.
Até o momento não há informações sobre o interesse pessoal da presidenta do Banco sobre a continuidade depois do fim de seu mandato. Ela assumiu em março de 2023, substituindo o indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Marcos Troyjo.
De qualquer maneira para o Brasil é de suma importância aceitar esta deferência para mais 5 anos no banco dos Brics feita por Putin, que teria a primazia na escolha pelo rodízio estabelecido.
Na terça-feira (22), Putin e Dilma estiveram juntos em encontro bilateral. Na ocasião debateram investimentos no Sul Global e as ações do banco que já financiou mais de 100 projetos com investimento superior a US$ 33 bilhões, desde 2018.
Moeda dos Brics
No dia seguinte, na quarta (23), Dilma discursou em Kazan. Na sua fala defendeu o a utilização de outros meios para transações que não utilizem o dólar. O debate sobre a criação de uma moeda para os Brics, ou o incremento de pagamentos pelas moedas dos países envolvidos, ganhou relevo nas discussões do grupo.
O presidente Lula, que participou por videoconferência, fez a defesa de uma moeda comum para as negociações e ressaltou que não se trata de substituir as moedas existentes, mas sim “trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional”.
Já Dilma foi mais enfática e classificou o uso do dólar pelos Estados Unidos como arma. Para a líder do NDB, os EUA privilegiam suas empresas em detrimentos das companhias emergentes ao barrar o crescimento delas pelo controle da moeda.
A ex-presidenta do Brasil ainda destacou o crescimento do grupo para ampliar a plataforma de cooperação entre o chamado Sul Global. Além do ingresso do Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos e Etiópia com países membros junto aos fundadores Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo convidou a participar como parceiros associados outras 13 nações: Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Indonésia, Malásia, Turquia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda.
*Com informações Agência Brasil e CNN