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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu o prazo de 60 dias para que a Polícia Federal conclua a investigação sobre o golpe de estado realizado por Jair Bolsonaro e seus aliados. A decisão é do dia 27 de setembro.

A investigação já revelou que Jair Bolsonaro escreveu um decreto presidencial para prender ministros do Supremo e instalar um golpe. Ele não obteve apoio nas Forças Armadas.

Segundo a PF, em relatórios preliminares, Bolsonaro organizou seus aliados em núcleos que participavam da trama golpista de diferentes formas.

Um deles, por exemplo, monitorava o deslocamento de ministros do STF para prendê-los no início do golpe, enquanto outro agia para manter nas ruas as manifestações de bolsonaristas que pediam “intervenção militar”.

Havia ainda um núcleo que agia para produzir e divulgar notícias falsas sobre as eleições, especialmente sobre as urnas eletrônicas, buscando incitar a população contra a democracia.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou a conexão entre a articulação golpista feita por Jair Bolsonaro entre outubro e dezembro de 2022 com o ataque de seus apoiadores, em 8 de janeiro de 2023, contra as sedes dos três Poderes.

Segundo o PGR, “os elementos de convicção até então colhidos indicam que a atuação da organização criminosa investigada foi essencial para a eclosão dos atos depredatórios ocorridos em 8 de janeiro de 2023”.

Depois que a Polícia Federal entregar seu relatório da investigação que conduziu sobre o planejamento do golpe dentro do governo Jair Bolsonaro, caberá à PGR denunciar ou não os envolvidos.

Jair Bolsonaro também é investigado no inquérito das fake news, para o qual a PF deverá apresentar seu relatório para posterior manifestação da PGR.

O ex-presidente já foi indiciado pela Polícia Federal por ter fraudado o seu cartão de vacinação, assim como o de familiares e aliados, para incluir uma falsa imunização. Ele o fez antes de viajar para os Estados Unidos, nos últimos dias de 2022. A PGR pediu à PF mais informações para embasar a possível denúncia.

Além desses casos, Jair Bolsonaro ainda pode ser denunciado por ter desviado joias da Presidência. Ele se apropriou ilegalmente de presentes de outros países para “fazer dinheiro”.

A investigação até flagrou Jair Bolsonaro enviando aliados para os Estados Unidos com o objetivo de “recomprar” as joias que havia desviado e vendido.

Fonte: Página 8