Manifestantes cobraram do governo de Olaf Scholz que pare de submeter-se às ordens de Washington | Foto colagem - imagens de vídeo da RT

Mais de 40.000 pessoas se manifestaram em Berlim para condenar as entregas de armas à Ucrânia e a Israel pelo governo alemão, e expressar apoio às negociações pacíficas para resolver os conflitos com a Rússia e com a Palestina.

Sob o lema “Não à guerra e às armas”, com faixas com as mensagens “Paz”, “Guerra nunca mais”, “Diplomatas em vez de granadas”, e com dizeres expressando solidariedade ao povo palestino e exigindo “Fim do terror da ocupação”, em referência à operação de Israel em Gaza e na Cisjordânia, os manifestantes marcharam pacificamente pelas principais avenidas da capital alemã, na sexta-feira(4).

Bandeiras russas e palestinas foram carregadas por vários ativistas, com destaque para faixas que exibiam uma bandeira russa, ucraniana e alemã com a palavra “amizade” embaixo, enquanto outras denunciavam o primeiro-ministro Olaf Scholz como o “Chanceler da bomba”.

A Alemanha é um dos maiores fornecedores de armamentos para a Ucrânia, enviando tanques, sistemas de defesa aérea e artilharia, bem como outros tipos de armas. A Rússia tem denunciado repetidamente essas remessas, dizendo que elas apenas prolongam o conflito, criando condições para as barbaridades cometidas pelos fascistas ucranianos.

Berlim também exporta uma quantidade significativa de material de guerra para Israel. No mês passado, vários veículos de mídia europeia frisaram que as exportações de armas alemãs deviam ser restringidas devido a que violam as leis humanitárias.

Falando à multidão, Sahra Wagenknecht, líder do partido que tem o seu nome, a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), criticou o governo alemão por se submeter à liderança dos EUA na política externa e se posicionou contra a implantação de mísseis americanos de alcance intermediário no país.

Enfatizou a necessidade de conversações com o presidente russo Vladimir Putin para resolver o conflito na Ucrânia. “Eu acho tão irritante quando algumas pessoas sempre vêm até nós dizendo hipocritamente que você não pode falar com Putin por razões morais”, ressaltou.

 “Qualquer um que permaneça em silêncio sobre os terríveis crimes de guerra em Gaza… não me diga você que é moral. Isso é que é hipocrisia. Esta guerra terrível também deve finalmente acabar”, concluiu Sahra.

Os grupos pró-paz que convocaram a manifestação contaram com o apoio do BSW, do partido Die Linke (A Esquerda) que, depois de se esfacelar por conciliar com a OTAN e com a política dos EUA na Europa, voltou a se opor a Israel; e de diferentes sindicatos alemães.

A manifestação coincidiu com o feriado do Dia da Unidade Alemã, que marca o 34º aniversário da reunificação e o fim das duas Alemanhas.

Fonte: Papiro