Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, disse em entrevista, neste domingo (6), que a corporação dará resposta “o mais rápido possível” sobre a investigação que envolve o candidato derrotado, que não passou para o segundo turno, à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB).

Marçal divulgou nas redes sociais laudo médico falso para tentar enganar eleitores contra o adversário Guilherme Boulos (PSol), induzindo-os a achar que o psolista foi usuário de drogas. A PCSP (Polícia Civil de São Paulo), no entanto, indicou neste sábado (5) que o documento foi falsificado.

A PF investiga o caso a partir de representação de Boulos por crime eleitoral contra Marçal.

 “Nesse caso concreto mencionado, nós já tínhamos instaurado em 17 de setembro um inquérito policial para apurar suposta denúncia ou fato de que um candidato seria usuário de drogas”, declarou Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF à imprensa.

“Isso gerou inquérito e que agora recebeu essa nova representação do candidato para que então a gente robusteça essa investigação, traga esse novo elemento e possa concluir com a celeridade e a firmeza necessários para que tenhamos uma resposta no mais curto espaço de tempo possível”, completou.

“Eu não posso entrar em detalhes obviamente sobre a investigação dos próximos passos dela, mas o que posso garantir é que trabalhamos com a responsabilidade que temos em todas as nossas investigações e que daremos a resposta o mais rápido possível com qualidade e muita responsabilidade”, acrescentou

O diretor-geral da PF também ressaltou que “todos os crimes ou possíveis crimes que digam respeito a esse processo serão investigados”.

O ex-coach terminou a disputa em terceiro lugar. Esse “tiro no pé” foi um dos responsáveis por tirá-lo da disputa no segundo turno no certame da cidade de São Paulo. Além da sua truculência, desonestidade e falta de qualquer limite moral.

Marçal, que passou todo o debate prometendo entregar a “prova”, que o candidato do PSol era usuário de cocaína, publicou na noite de sexta-feira (4), às vésperas da eleição, nas redes sociais dele, laudo médico em que estava escrito que Boulos, dia 19 de janeiro de 2021, havia sido atendido na clínica médica Mais Consulta, no bairro do Jabaquara, Zona Sul de São Paulo, com “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”.

A publicação em que o candidato Marçal acusava Boulos de uso de cocaína foi retirada do ar pelo Instagram ainda na sexta-feira. A publicação ficou disponível por cerca de 1 hora e 30 minutos.

Todavia, o registro do médico que aparece no receituário postado por Marçal é de José Roberto de Souza e está inativo por falecimento, de acordo com o CFM (Conselho Federal de Medicina).

De acordo com Boulos, o dono da clínica, Luiz Teixeira, seria apoiador de Marçal e teria falsificado o documento. O candidato do PSol afirmou ainda que, no dia posterior ao que consta no prontuário médico, estava na Comunidade do Vietnã, na Zona Sul, “fazendo distribuição de cesta básica”.

Após o caso vir à tona, e desmoralizar Marçal, ele disse não ter “nenhuma ligação” com falso laudo. “Só publiquei”, acrescentou o candidato do PRTB, sem o mínimo pudor.

Fonte: Página 8