Netanyahu já atacou 130 centros de saúde no Líbano e matou 180 paramédicos
A organização de monitoramento das condições de saúde, Monitor Euro-Mediterrâneo de Direitos Humanos (Euro-med Human Rights Monitor*) denunciou os ataques israelenses a alvos civis no Líbano, incluindo o crime de guerra de atingir instalações de saúde protegidas pelo direito internacional humanitário.
“De acordo com o número divulgado pelo Ministério da Saúde libanês, desde o início dos ataques israelenses em 8 de outubro de 2023 e até 3 de outubro de 2024, Israel teve como alvo 45 centros médicos sob administração do Ministério, além de 128 ambulâncias e carros de bombeiros. Isso resultou na morte de 97 paramédicos e no ferimento de outros 188”, afirmou a organização que tem sede em Genebra, na Suíça, em declaração publicada no domingo (6).
“Israel também atacou 17 centros e 62 veículos, desta vez pertencentes à Autoridade Islâmica de Saúde no Líbano, matando 68 paramédicos e ferindo 98. Além disso, 18 paramédicos foram mortos e 62 ficaram feridos quando 57 veículos de escoteiros da Mensagem Islâmica e 15 instalações médicas foram atacados”, assinalou o Monitor.
“Três voluntários ficaram feridos quando o exército israelense atacou três unidades médicas administradas pela Associação Internacional Amel e um veículo da Cruz Vermelha Libanesa. Quanto à Defesa Civil Libanesa, 9 centros médicos e 6 veículos foram alvos. 4 paramédicos foram mortos e outros 25 ficaram feridos durante os ataques”, acrescentou.
“Em ações israelenses relacionadas, na quinta-feira, 3 de outubro de 2024, a Defesa Civil Libanesa recebeu uma ameaça israelense ordenando que seus membros não viajassem para as áreas-alvo, ou seja, o subúrbio ao sul de Beirute, que havia sido submetido aos ataques mais violentos desde que os ataques ao Líbano se expandiram em 23 de setembro de 2024. A ameaça também declarou que eles seriam alvo se fossem se aproximar dos locais dos ataques no subúrbio para ajudar as vítimas”, frisou.
A organização humanitária também informou, com base em informações do Ministério da Saúde libanês, que 1974 pessoas foram mortas no Líbano entre 8 de outubro de 2023 e 3 de outubro de 2024, incluindo 127 crianças e 261 mulheres, com 9.384 feridos. Precisou que os bombardeios israelenses danificaram mais de 10 hospitais. O ataque mais recente registrado pelo Monitor ocorreu no Hospital Bint Jbeil na noite de sexta-feira, (4), e as equipes de ambulância da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) não foram autorizadas a entrar para resgatar as vítimas.
“As ações do exército israelense, juntamente com seus ataques aos setores de assistência e saúde, são uma clara violação do direito internacional humanitário, que afirma inequivocamente que o pessoal médico, tanto militar quanto civil, deve sempre ser respeitado e protegido”, esclareceu o Euro-Med, destacando que “de acordo com o Artigo 8 do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional e o Artigo 85, parágrafo 5, do Primeiro Protocolo Adicional de 1977, ataques intencionais contra profissionais de saúde e trabalhadores humanitários são considerados crimes de guerra”.
O Euro-Med apelou à comunidade internacional para que tome medidas imediatas para obrigar Israel a pôr fim aos crimes contra os trabalhadores humanitários no Líbano e garantir a sua proteção, já que “os ataques no Líbano testemunham a intenção do exército israelense de matar deliberadamente civis e não combatentes e impedir ajuda e alívio a eles, desconsiderando o direito internacional e a prioridade urgente de sempre distinguir entre civis e combatentes”, afirmou a organização.
Fontes médicas anunciaram, na terça-feira (8), que desde o início da agressão da ocupação genocida israelense em 7 de outubro de 2023 o número de mortos na Faixa de Gaza atingiu 41.965 pessoas, a maioria das quais são crianças e mulheres. As mesmas fontes acrescentaram que o número de feridos aumentou para 97.590 desde o início da agressão, enquanto milhares de vítimas permanecem sob os escombros.
Indicaram ainda que nas últimas 24 horas os militares de Benjamin Netanyahu cometeram 8 massacres contra famílias na região, matando 56 pessoas e ferindo outras 278.
Especificaram que um certo número de vítimas permanece sob os escombros e nas ruas, as equipes de resgate e de defesa civil não têm acesso a elas.
*O Euro-med Human Rights Monitor é uma organização independente dirigida por Richard Falk, que já exerceu o cargo de Relator Especial da ONU para Direitos Humanos nos Territórios Palestinos sob Ocupação, e chegou a ter sua entrada em Israel proibida por suas denúncias de violação dos direitos humanos por parte de Israel, em outro ataque a Gaza em 2008.
Fonte: Papiro