Luciana defende estratégia para isolar extrema direita no 2º turno
Minista e presidenta do PCdoB, Luciana Santos, celebra vitórias em Pernambuco, ao lado da vereadora Cida Pedrosa, e do ex-vice prefeito de Recife, Luciano Siqueira. Foto: Arquivo Luciana Santos
Na entrevista ao programa Entrelinhas Vermelhas, transmitida na última quinta-feira (10), a ministra Luciana Santos abordou o cenário político atual, com foco especial na estratégia do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) para o segundo turno das eleições municipais. A conversa também destacou o impacto das fake news no processo eleitoral e o desempenho da Federação Brasil da Esperança nas disputas municipais.
Assista a íntegra da entrevista:
Fake news e regulação: protegendo a democracia
Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB, começou a entrevista discutindo a crescente influência das fake news nas eleições. Ela destacou que a disseminação de informações falsas, agora intensificada pelo uso de tecnologias como algoritmos e inteligência artificial, ameaça diretamente a democracia brasileira. “Estamos falando de uma manipulação sofisticada, que cria narrativas enganosas com grande alcance”, alertou.
A ministra defendeu a necessidade de regulação das plataformas digitais, citando o projeto de lei relatado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que visa responsabilizar as redes sociais pela disseminação de desinformação. “Proteger a democracia exige uma regulação firme, punindo abusos e garantindo que o eleitor faça escolhas com base em fatos reais”, afirmou.
Desempenho da Federação Brasil da Esperança
Ao abordar o desempenho da Federação Brasil da Esperança (formada por PT, PCdoB e PV), Luciana Santos ressaltou os avanços das forças progressistas nas eleições municipais. “Os partidos ampliaram sua presença, e apesar das dificuldades, nossa federação obteve vitórias importantes em cidades estratégicas”, pontuou a ministra.
Ela mencionou conquistas como as de Belo Horizonte e Porto Alegre, onde o PCdoB conseguiu reeleger representantes e eleger novas lideranças jovens. “Esses resultados demonstram o vigor do nosso projeto político e a capacidade de renovação do partido”, disse.
Estratégia para o segundo turno: isolar a extrema direita
Um dos pontos centrais da entrevista foi a estratégia do PCdoB para o segundo turno das eleições municipais, com um foco claro em derrotar candidaturas de extrema direita. Luciana Santos afirmou que o partido está trabalhando para construir uma ampla frente democrática, apoiando candidatos de diferentes espectros políticos, desde que estejam comprometidos com a defesa da democracia.
Ela destacou o exemplo de Goiânia, onde o PCdoB optou por apoiar um candidato de centro-direita para impedir a vitória de um representante do bolsonarismo. “Nossa prioridade é derrotar a extrema direita em qualquer cenário. A defesa da democracia está acima de qualquer divergência ideológica”, ressaltou.
Outras capitais, como Fortaleza e São Paulo, também foram mencionadas como estratégicas para essa frente de enfrentamento à extrema direita. Segundo a ministra, o PCdoB está empenhado em mobilizar sua militância e os partidos aliados para garantir vitórias que fortaleçam o campo progressista.
Renovação e perspectivas futuras
Luciana Santos encerrou a entrevista destacando o processo de renovação interna do PCdoB e a importância de formar novas lideranças. “Estamos trazendo jovens políticos que refletem a diversidade do Brasil e têm uma visão moderna para enfrentar os desafios do futuro”, afirmou.
A ministra também enfatizou a relevância do Nordeste no cenário político, especialmente em estados como Bahia e Pernambuco, onde o partido teve um desempenho expressivo nas eleições. Para Luciana, o futuro do PCdoB passa pela renovação e pela continuidade da luta por uma democracia mais inclusiva.
(por Cezar Xavier)