Israel estende ao Líbano extermínio em massa: 492 mortos e 1.645 feridos em 24h
Bombardeios contra o Líbano, perpetrados pelo regime supremacista israelense de Netanyahu, Gallant, Gvir e Smootrich, assassinaram 492 libaneses e feriram mais de 1640, inclusive 42 mulheres e 24 crianças, nesta segunda-feira (23), segundo o Ministério da Saúde libanês, no que a Associated Press considerou “o ataque mais letal” desde a fracassada invasão em 2006.
O morticínio de hoje se segue ao terror desencadeado por Israel na semana passada, explodindo pagers, walkie-talkies e até painéis solares, acionados remotamente, matando indiscriminadamente dezenas e mutilando e ferindo 4 mil, curiosamente no dia seguinte dos 42 anos da chacina de Sabra e Chatila. Terror rechaçado no mundo inteiro por sua perversidade e insânia. Na sexta-feira, outro ataque arrasou até o chão dois prédios residenciais, matando 45.
A última vez que Israel havia bombardeado o Líbano nessa escala foi em 2006, quando invadiu de novo o país vizinho, mas acabou tendo de bater em retirada. Agora, os bombardeios atingiram o sul do Líbano, o Vale do Beqaa, no leste do país, e a região norte, perto da Síria.
No sul, os ataques atingiram Mays al-Jabal, Aitaroun, Houla, Taybeh, Markaba, Bani Hayyan, Jabal al-Rayhan, Bint Jbeil, Hanin, Zawtar, e a região de Nabatieh. No leste, Shaara, Harbata, Hermel, Shamstar, Taraya e Boday. Também foi bombardeada a cidade de Al-Khader na região de Baalbek.
“Os ataques de Israel ao Líbano marcam uma nova fase em seus esforços para arrastar toda a região para o caos”, disse o Ministério das Relações Exteriores do país em um comunicado. Por sua vez, a chancelaria egípcia pediu que “as potências internacionais e o Conselho de Segurança das Nações Unidas intervenham imediatamente” para impedir “a perigosa escalada israelense no Líbano”. O Egito novamente expressou “solidariedade” com o Líbano e afirmou sua “total rejeição a quaisquer violações da soberania e do território do Líbano”.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, está “alarmado” com a escalada no Líbano e muito preocupado com o grande número de vítimas civis relatadas pelas autoridades libanesas, disse seu porta-voz, Stephane Dujarric. Ele reiterou a “necessidade urgente de desescalada – que todos os esforços devem ser dedicados a uma solução diplomática.”
Em uma coletiva de imprensa em Beirute, o ministro da Saúde, Firas Abiad, disse que os ataques israelenses atingiram hospitais, centros médicos e ambulâncias. Milhares de pessoas deixaram as áreas bombardeadas, rumo à capital, Beirute, congestionando estradas. O país anunciou a suspensão das aulas na terça-feira.
Como de costume, os sicários de Tel Aviv se apresentam ao mundo como as “vítimas”, mas desde o genocídio em tempo real transmitido pelas redes sociais em Gaza, que tal falsificação se desmoralizou completamente.
No final de semana, os libaneses haviam reagido à escalada terrorista, fazendo disparos de foguetes e drones contra instalações militares israelenses, no norte e alcançando Haifa.
Investigado pela Corte Internacional de Justiça da ONU por genocídio em Gaza, o regime de Netanyahu também tenta fugir de cumprir decisão do mais alto tribunal mundial que considerou “ilegal” a ocupação da Cisjordânia. Na semana passada, a Assembleia Geral da ONU aprovou por larga margem resolução determinando que Israel cumpra a ordem de desocupar em “12 meses”.
Em Gaza, ao perpetrar genocídio – 200 mil civis palestinos mortos, direta ou indiretamente, segundo a revista médica The Lancet-, Netanyahu e seus cúmplices alegam suposto “direito de defesa”; já no Líbano eles matam indiscriminadamente mas mentem dizendo que só fizeram de alvo o Hezbollah.
Como registrou a agência de notícias russa Ria Novosti, o Hezbollah é uma organização criada por xiitas libaneses “em resposta às repetidas invasões do Líbano por Israel (a última foi em 2006 e, antes disso, Israel ocupou o sul do Líbano de 1982 a 2000) e ao colapso do Estado libanês.”
Dos sete milhões de habitantes libaneses, três milhões são de fé xiita “e a grande maioria deles apoia o Hezbollah, que é uma estrutura social, econômica e militar” e um dos principais partidos libaneses, e parte do governo.
Logo após o terrorismo com pagers e walkie-talkies, o governo Netanyahu anunciou que iria estender a guerra “ao norte”, supostamente para permitir “o retorno” dos moradores próximos da fronteira com o Líbano, dezenas de milhares que se albergaram em Tel Aviv e outras cidades. Nas palavras do ministro do extermínio, Gallant, será uma “nova era” da guerra no Oriente Médio, com o “centro de gravidade se movendo para o norte”.
Como respondeu o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, “a frente libanesa não vai parar antes que a agressão em Gaza pare. Vocês não poderão devolver essas pessoas ao norte. A única maneira de fazer isso é parando a agressão a Gaza e à Cisjordânia. Este é o único caminho.”
Já o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, pediu uma reunião urgente de líderes árabes à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York. O Iraque “pede e trabalha para convocar uma reunião urgente dos líderes das delegações árabes… para rever as repercussões da agressão sionista [israelense] sobre nosso povo pacífico no Líbano e trabalhar em conjunto para impedir seu comportamento criminoso”, disse al-Sudani em um comunicado.
Fonte: Papiro