Confederação de Estudantes Chilenos (Confech) comandou o protesto pelas ruas de Santiago | Foto: Instagram

Convocados pela Confederação de Estudantes Chilenos (Confech), milhares de manifestantes tomaram as ruas de Santiago nesta quinta-feira (3) pelo “fim do lucro e preços abusivos” nas universidades.

A demanda histórica do movimento e da sociedade chilena ganhou força com a revelação do escandaloso salário pago pela Universidade San Sebastián – instituição privada que recebe subsídios estatais – à ex-ministra Marcela Cubillos, onde trabalha apenas meio período como professora: 17 milhões de pesos mensais (18,5 mil dólares)!

Como foi comprovado, enquanto ministra da Educação no governo do neoliberal Sebastián Piñera, de agosto de 2018 a fevereiro de 2020, Cubillos abastecia com volumosos ​​fundos públicos esta universidade privada. Segundo a mídia local, nada mais nada menos que 1.479 milhões de pesos (1,61 milhão de dólares).

A divulgação do montante revoltou os estudantes, obrigados a pagar mensalidades abusivas, e também os professores, pelos salários que não condizem com as aulas ministradas, nem com o arrecadado, e muito menos com o absurdo depositado na conta da ex-ministra.

A marcha estudantil foi até uma das sedes – Os Leões – da universidade particular, em cuja folha de pagamento estão praticamente todos os ex-políticos que ocuparam cargos de chefia durante o governo de Piñera.

A repercussão do escândalo abriu novamente o debate sobre o neoliberalismo e o processo de privatização da educação – e do Estado -, que transformou estas universidades particulares em caixas registradoras das autoridades de plantão e que, ao sair de seus cargos, ficarão parasitando nelas.

Na avaliação da Confech, o central é “fortalecer a educação pública”, e para realizar esta virada, enfrentamos a necessidade de um novo sistema de sustentação, “a fim de enfrentar as desigualdades socioeconômicas, a dívida estudantil, a falta de financiamento das instituições públicas e a dificuldade na regulamentação do ensino superior privado”.

Fonte: Papiro