“Embargo e sanções dos EUA penalizam o povo cubano”, denuncia governo brasileiro
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, cobrou nesta terça-feira (29) que os Estados Unidos retirem o embargo econômico imposto a Cuba. O representante brasileiro fez a cobrança ao discursar na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA).
O bloqueio ilegal, que já foi condenado diversas vezes em Assembleias da ONU, segue estrangulando a economia do país. Em razão do embargo, que já dura mais de sessenta anos, empresas americanas e até internacionais sofrem sanções do governo americano por manterem relacionamento com o país caribenho. Nem mesmo remédios são permitidos para a ilha.
Navios que levem petróleo para a abastecer as termoelétricas ficam proibidos de entrar em portos americanos. Uma lei de 1992 e outra de 1996, aprovadas pelo governo americano proíbem, por exemplo, o envio de alimentos ao país caribenho. No governo Donald Trump, o cerco ilegal a Cuba foi intensificado. Até o Papa Francisco considera desumano e pede o fim do bloqueio, mas os EUA não respeitam nenhuma instância e seguem seu intento criminoso.
“É evidente que as severas sanções impostas injustificadamente a Cuba, tanto pelo embargo como por sua inclusão na lista de ‘Estados patrocinadores do terrorismo’, contribuíram ainda mais para exacerbar a situação. Essas medidas, que já penalizam injustamente o povo cubano, agora impedem uma adequada resposta à crise humanitária gerada pelo furacão [Oscar]”, afirmou Mauro Vieira.
“Por todas essas razões, instamos os Estados Unidos a reconsiderarem sua política sobre Cuba: eliminar as sanções, retirar Cuba da lista dos Estados patrocinadores do terrorismo e fomentar um diálogo construtivo baseado no respeito mútuo e na não interferência”, acrescentou o chanceler brasileiro.
Segundo o ministro, a cobrança vem num contexto em que o Brasil acompanha com “grande preocupação” com a situação no país, que enfrenta uma emergência energética provocada pela passagem do furacão Oscar. O fenômeno extremo resultou em ao menos seis mortes, deixou o país sem energia e arrancou telhados e paredes de casas, além de derrubar postes e árvores.
Fonte: Página 8