Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O valor do conjunto dos alimentos que compõem a cesta básica aumentou em 10 das 17 capitais em setembro, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Na passagem de agosto para setembro de 2024, as maiores altas ocorreram em Porto Alegre (2,07%), Florianópolis (1,59%), Rio de Janeiro (1,56%), Vitória (1,56%) e Brasília (1,39%). As principais reduções foram registradas em Belém (-2,58%), Fortaleza (-2,31%) e Aracaju (-1,98%).

No Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, as capitais apresentaram os menores valores médios: Aracaju (R$ 506,19), Recife (R$ 535,32) e João Pessoa (R$ 552,35).

O Dieese compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social. O trabalhador remunerado pelo piso nacional (R$ 1.412) comprometeu em média, em setembro de 2024, 50,24% do rendimento para adquirir a alimentação básica. Em agosto, o percentual correspondeu a 50,13% e na comparação com setembro de 2023 ficou em 53,09%.

De acordo com o Dieese, que realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos mensalmente, São Paulo foi a capital onde o custo da cesta básica foi o mais alto entre todas as 17 capitais pesquisadas: R$ 792,47, uma alta de 0,78% em relação a agosto, e de 7,85% em relação ao mesmo mês do ano passado. Nos nove primeiros meses do ano, houve alta de 4,13%.

O trabalhador de São Paulo, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.412,00, compromete 60,67% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em agosto, correspondia a 60,21% em setembro de 2023, o trabalhador comprometia 60,18% da renda líquida.

Nos primeiros nove meses de 2024, nove capitais tiveram elevação nos preços médios. As maiores altas foram observadas em São Paulo (4,13%), Rio de Janeiro (2,53%) e Campo Grande (2,43%). As reduções, constatadas em oito capitais, variaram entre -2,32%, em Brasília, e -0,37%, em Natal.

O Dieese estima mensalmente o valor necessário, considerando a determinação constitucional, do salário mínimo que garanta as despesas do trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em setembro de 2024, “com base o salário mínimo de São Paulo, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.657,55 ou 4,71 vezes o mínimo de R$ 1.412,00”, aponta o Dieese.

O tradicional café com leite do brasileiro ficou mais caro. O café em pó subiu em todas as capitais; o óleo de soja em 16 capitais; a carne bovina de primeira e o leite UHT registraram altas em 13 capitais.

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