Bombardeio de Israel contra Bet Lahia, na Faixa de Gaza, assassina 87 palestinos
Pelo menos 87 pessoas morreram ou estão desaparecidas sob os escombros após um ataque aéreo israelense na cidade de Bet Lahiya, no norte da Faixa de Gaza, reportaram autoridades do Ministério da Saúde palestino, neste domingo (20), acrescentando que mais de 40 pessoas ficaram feridas. Equipes de resgate ainda retiram corpos e sobreviventes dos escombros de concreto de casas destruídas.
O ataque noturno ocorrido no sábado (19) atingiu casas, comércios, e um edifício residencial de vários andares, conhecido como Projeto Beit Lahiya, informou o Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza.
Os esforços de resgate foram prejudicados por um apagão nas comunicações e obstruções nas estradas no norte do enclave, onde um cerco militar israelense de 16 dias naquela região cortou o acesso a alimentos, água, remédios e serviços essenciais.
Bet Lahiya é uma cidade no norte da Faixa de Gaza, perto de Jabalia e Bet Hanoon. Todas as três cidades foram severamente afetadas pelos ataques genocidas israelenses, que também resultaram no corte de telefone e acesso à internet dificultando a comunicação com o resto da região.
Tor Wennesland, coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, condenou o ataque em Beit Layiha e o que ele qualificou como “cenas horripilantes” que se desenrolam lá, acrescentando que “nenhum lugar é seguro em Gaza”.
Wennesland pediu a interrupção imediata dos ataques a civis e enfatizou a necessidade de proteger os palestinos deslocados.
“Esta guerra deve acabar. Os reféns devem ser libertados, o deslocamento de palestinos deve cessar, e os civis devem ser protegidos onde quer que estejam”, concluiu.
Reportando da cidade de Deir el-Balah, o jornalista Hani Mahmoud, da Al Jazeera, assinalou que “a extensão da brutalidade do último ataque” em Beit Lahiya continua se revelando, “com muitas pessoas ainda soterradas sob enormes pilhas de escombros”.
“Uma testemunha da área descreveu a enorme explosão resultante de vários ataques aéreos que abalaram as próprias fundações das áreas ao redor”, relatou.
Mahmoud afirmou que grandes pedaços de concreto bloquearam o caminho para as áreas bombardeadas, dificultando a realização de missões de resgate por paramédicos e membros da Defesa Civil Palestina em Beit Lahiya, resultando em mais vítimas, a maioria mulheres, crianças e idosos.
“Mais da metade das pessoas que foram mortas são, na verdade, pessoas que foram forçadas a evacuar de Jabalia e outras partes do norte de Gaza sob cerco israelense”, observou.
Também reportando de Deir el-Balah, Hind Khoudary, da Al Jazeera, apontou: “Equipes de defesa civil estão tentando retirar pessoas dos escombros, seja com as próprias mãos ou com equipamento mínimo”, acrescentando que conseguiram resgatar uma menina do local no domingo.
O ataque em Beit Lahiya ocorreu depois que autoridades de saúde de Gaza informaram que três hospitais parcialmente funcionais, que tratavam pacientes gravemente feridos e abrigavam milhares de civis palestinos deslocados no norte de Gaza, já estavam fora de serviço após sofrerem intenso fogo israelense.
Forças do exército genocida comandado por Netanyahu bombardearam o Hospital al-Awda em Jabalia na manhã de sábado, e também arrasaram o Hospital Kamal Adwan e o Hospital Indonésio em Beit Lahiya nas últimas horas, relataram correspondentes do Gabinete de Imprensa de Gaza.
O Ministério da Saúde de Gaza informou no domingo (20) que pelo menos 42.603 pessoas foram mortas e 99.795 ficaram feridas em ataques israelenses desde 7 de outubro de 2023.
Os números provavelmente são muito maiores, com a avaliação de que cerca de 10.000 corpos estão soterrados nos vastos escombros de edifícios destruídos em toda a Faixa de Gaza.
Fonte: Papiro