Biden se acumplicia à agressão de Israel a Gaza, Líbano, Irã e Síria
Ao contrário de repudiar o agressor israelense, a Casa Branca veio a público “condenar” o Irã por ter, nos termos da Carta da ONU, exercido o direito de defesa contra as repetidas investidas de Israel, a mais notória delas, mas não a única, o assassinato do líder e negociador do cessar-fogo pelo Hamas, Ismail Hanyieh, quando se encontrava em Teerã, para a posse do novo presidente iraniano, em julho.
O caquético Biden correu a demonstrar sua cumplicidade com o governo genocida de Netanyahu: “Não se enganem, EUA é totalmente, totalmente, totalmente apoiador de Israel”, disse logo que os mísseis do Irã furaram o bloqueio do propalado sistema antiaéreo “Iron Dome” e atingiram bases aéreas israelenses.
A vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris endossou a criminalidade do regime israelense, e ainda culpou os iranianos por reagirem às agressões, classificando seu exercício do direito de defesa pelo Irã como “perigoso” e “desestabilizador”.
É curioso que Kamala não considere “desestabilizador” o genocídio perpetrado por Israel de dezenas de milhares de mulheres e crianças palestinas, matança que Netanyahu estendeu ao Líbano, e insista em que é o agressor que tem o “direito de defesa”, não as vítimas.
Em um ato que os juristas poderiam chamar de autoincriminação, Kamala asseverou que sempre se certificará de que Israel tenha a capacidade de “se defender do Irã e das milícias terroristas apoiadas pelo Irã”.
Como lembrou alguém, ao cruzar o Delaware no Natal de 1776 e atacar mercenários a serviço da coroa inglesa, George Washington também deve ter sido chamado de “terrorista” nos salões de Londres. A propósito, esta tarde até mesmo os militares israelenses admitiram a perda de sete soldados na invasão no Sul do Líbano, numa troca de tiros segundo Tel Aviv, ou, conforme o Hezbollah, em uma emboscada. Além dos mortos, ao menos sete soldados foram “gravemente feridos” nos ataques. A mídia registrou que todos os caídos tinham menos de 24 anos.
Já o presidente Biden, que forneceu as bombas com que Israel comete genocídio e até paga por elas, reforçou na semana passada a escolta aos algozes israelenses, mandando mais marines e mais US$ 8,7 bilhões. Aviões e navios de guerra norte-americanos tentaram barrar o caminho aos mísseis iranianos a caminho das bases militares israelenses. Na falta de coisa melhor para dizer, o presidente pato manco chamou os ataques iranianos de “ineficazes”.
Já o maníaco de guerra a serviço do complexo industrial-financeiro-militar ianque que se apresenta em público como secretário de Estado, Antony Blinken, considerou “totalmente inaceitável” a resposta do Irã aos genocidas e açuladores de apartheid.
O ex-presidente e candidato Donald Trump asseverou, sem explicar porque, que, se “estivesse no comando, o ataque de hoje a Israel nunca teria acontecido”.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, que tem feito alguns reparos aos atos hediondos do regime israelense, desta vez resolveu condenar “nos termos mais enérgicos” o ataque iraniano, alertando sobre o risco de descontrole e pedindo um cessar-fogo na região – e como se não fosse Israel e sua absoluta recusa a aceitar um Estado Palestino vivendo em paz lado a lado nas fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental e seu flagrante desrespeito pela lei internacional o entrave central à paz e segurança na região.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, apelou para o fim da “espiral de violência”. Já a cúmplice do genocídio em Gaza, fornecendo armas e suporte diplomático, a ministra das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock, instou o Irã a “interromper os ataques”, que ameaçariam levar a região ao “abismo”.
Engraçado que, para essa gente, 76 anos de ocupação e apartheid não empurram a região para o “abismo”, só a resistência ao fascismo e ao racismo é que trariam tal “ameaça”. Como observou a porta-voz russa, Maria Zakharova, a situação revela o “fracasso total” da política norte-americana na região.
Fonte: Papiro