Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Os bancos estão aumentando suas taxas de juros para o crédito imobiliário. Vai ficar mais caro para quem está comprando ou pretende comprar a casa ou apartamento dos sonhos. O total financiado também vai diminuir, por exemplo, ao invés de 80% do total do imóvel, o banco só financia 70%, exigindo desembolso maior de recursos próprios de entrada na compra do imóvel.

O Itaú subiu sua taxa média de 10,49% ao ano para 10,79% ao ano + TR (Taxa Referencial), no início deste mês. O Bradesco, que oferece taxas TR + 10,49% a.a., dá sinais que vai aumentar também. O Santander, com taxas a partir de 10,99% a.a. + TR, diz que a alta dos juros está em pauta, sinalizando que isso deve ocorrer a curto prazo.

A Caixa, que reponde por algo em torno de 70% dos empréstimos para a casa própria no país, anunciou há dias que seus empréstimos serão reduzidos. De 80% para 70% nos empréstimos através do sistema de amortização constante (SAC) em que as prestações vão se reduzindo ao longo do tempo e de 70% para 50% nos empréstimos pela tabela Price quando as prestações são constantes.

O banco público, recentemente, deu conhecimento de que o seu total de empréstimos já atingem 86% do estoque dos valores que ele pode emprestar no crédito imobiliário, tendo que recorrer a outras fontes de captação, o que acaba encarecendo novos empréstimos.

“O Santander vai continuar a oferecer crédito imobiliário e, se mantiver o atual contexto e patamar de demanda, haverá alta de juros”, afirma Sandro Gamba, diretor de negócios imobiliários do banco e presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), conforme a Folha de S.Paulo.

A manutenção da Selic no nível atual de 10,75% ao ano, com a pressão do mercado financeiro para que ela chegue a 11,75% a.a. até o final do ano, vem comprometendo o desempenho de captação das cadernetas da poupança. Apesar da remuneração paga pela poupança ser bem alta (0,5% ao mês +TR) com o atual nível da Selic, sem fazer nada, só entrando no Tesouro Direto o aplicador consegue quase o dobro disso.

O dinheiro curto e a Selic na estratosfera derrubam a captação de recurso para a poupança e em consequência o cenário atual é marcado por um esgotamento na oferta de recursos da caderneta de poupança para abastecer o financiamento imobiliário.

Com a renda média das famílias pressionada pelas baixas remunerações e a necessidade das mesmas recorrerem às poupanças até para despesas do dia a dia, os recursos da poupança em 2023 sofreram perdas de mais de R$ 90 bilhões entre os depósito e o saques.

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