Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em julho de 2024, o volume de serviços prestados no Brasil registrou alta de 1,2% ante ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é menor do que o registrado em junho (+1,7%), o que significa que houve uma desaceleração no setor de um mês para o outro.

Em maio deste ano, o volume de serviços caiu -0,5% (dado revisado de -0,4%). Em abril e março o crescimento foi próximo de zero, alta de 0,2% e 0,3%, na ordem. No mês de fevereiro, o setor marcou um recuo de -0,4% (dado revisado de -0,5%), perdendo assim os ganhos obtidos em janeiro (+0,4%).

Apesar de renovar em julho o ponto mais alto da série histórica da pesquisa, pelos dados apresentados até agora, o setor de Serviços vem demonstrando a mesma performance do ano anterior, de não conseguir sustentar crescimentos robustos por muito tempo, graças a política monetária do Banco Central (BC) – que via aumento do nível da taxa básica de juros (Selic) – busca frear o aumento PIB (Produto Interno Bruto), derrubar os investimentos e desaquecer o mercado de trabalho, com o objetivo de inibir a demanda por bens e serviços no país.

O aumento dos preços de serviços é uma das usuais desculpas do BC para manter os juros em níveis escorchantes no Brasil – que figura entre as maiores taxas de juros reais do planeta (quando descontada a inflação da Selic).

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) irá se reunir para definir o nível da taxa Selic. Desta vez, após a “coesão” entre os diretores do Copom em manter a Selic em 10,5%, nos dois encontros anteriores, as aves de rapinas do “mercado” esperam que o colegiado eleve a taxa de juros base.

A expectativa de aumento da Selic tem como base as declarações do indicado do presidente Lula à presidência do BC, Gabriel Galípolo. Conforme o atual diretor de Política Monetária da autarquia, se a economia apresentar “aquecimento”, os juros podem ser elevados. “A alta de juros está na mesa, sim”, e “o Banco Central não vai hesitar, se for necessário, a perseguição da meta, fazer uma elevação de juros”, afirmou Galípolo no mês de agosto.

Na passagem de junho para julho de 2024, ao registrar uma queda de -1,5%, o setor de transportes foi o que exerceu o principal impacto negativo sobre o total do volume de serviços prestados no país (+ 1,2%), seguido pela modalidade de serviços prestados às famílias (-0,2%).

Do lado positivo, ficou serviços profissionais, administrativos e complementares (4,2%), informação e comunicação (2,2%); e outros serviços (0,2%).

Frente a julho de 2023, o setor de Serviços registrou uma expansão de 4,3%; no acumulado do ano até julho, alta de 1,8% frente a igual período de 2023; e nos últimos 12 meses, alta de 0,9% (esses dados não consideram o cálculo de ajuste sazonal, quando são descontadas as variações atípicas para determinados períodos diferentes do ano, que incidem sobre os dados do mês, alterando ou modificando a trajetória da série estatística).

Em julho, a receita nominal de serviços subiu 2,1% na comparação com o mês imediatamente anterior. Frente a julho de 2023, a alta foi de 10,8%.

Fonte: Página 8